Caracterização das células-tronco mesenquimais obtidas do tecido adiposo de camundongos Swiss submetidos à hiperalimentação na lactação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Dias, Isabelle dos Santos Xavier
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12788
Resumo: A obesidade é caracterizada como um aumento de tecido adiposo e pode estar associada a condições genéticas, ambientais e maus hábitos alimentares. Alterações nutricionais no desenvolvimento (vida intrauterina e período pós-natal) podem desencadear complicações fisiopatológicas a longo prazo, como resistência à insulina, obesidade e aumento de riscos cardiovasculares em um processo chamado programação metabólica. A programação metabólica desencadeia alterações sistêmicas, além de afetar funções de diversos tipos celulares como disfunção mitocondrial, diminuição da viabilidade e proliferação. Portanto, o objetivo desse trabalho foi analisar os efeitos da programação metabólica sobre as células-tronco mesenquimais do tecido adiposo (CTA) de animais que foram submetidos à hiperalimentação na lactação utilizando o modelo de redução de ninhada. Essas células foram avaliadas quanto à proliferação celular , viabilidade, imunofenotipagem e produção de espécies reativas de oxigênio. O conteúdo de UCP-2 e PGC1-α foi determinado por Western Blotting. O potencial de diferenciação das CTA em meio adipogênico e osteogênico foi avaliado, além da análise de marcadores de diferenciação adipogênica (PPAR-γ e FAB4) e diferenciação osteogênica (Osteocalcina), por PCR. Os resultados mostraram que não houve alteração na proliferação e viabilidade das células em comparação com células de animais normais, porém as CTA do grupo hiperlactado apresentaram menor porcentagem de células CD105+CD45-. As CTA de ambos os grupos não apresentaram diferença significativa quanto à viabilidade celular e espécies reativas de oxigênio (ERO). O conteúdo de UCP-2 foi menor nas CTA de animais hiperlactados, enquanto o conteúdo de PGC1-α apresentou-se aumentado nessas células. Foi observada um aumento do potencial adipogênico nas CTA do grupo hiperlactado pela quantificação por Oil Red. Ao analisar o marcador PPAR-γ nas CTA do grupo hiperlactado houve um aumento na expressão gênica. O potencial de diferenciação osteogênica apresentou uma diminuição em CTA diferenciadas do grupo hiperlactado na quantificação por vermelho de alizarina. A análise do marcador de diferenciação Osteocalcina mostrou uma diminuição na expressão gênica nas CTA do grupo hiperlactado. A menor porcentagem de células CD105+ em CTA do grupo hiperlactado pode estar relacionada com um menor potencial de diferenciação osteogênica, pois este receptor participa da ativação da via de diferenciação osteogênica através da modulação por TGF-β. A proteína UCP-2 é conhecida por aumentar a taxa metabólica basal, prevenir a produção de ROS e transporte de ácidos graxos. A diminuição dessa proteína nas CTA do grupo hiperlactado pode estar relacionada com uma diminuição da taxa de respiração dessas células e com lipotoxicidade da mitocôndria. O aumento de PGC1-α observado em CTA hiperlactadas sugere um maior comprometimento dessas células com a diferenciação adipogênica. Sendo assim, este estudo mostrou que a hiperalimentação no período pós natal é capaz de alterar o metabolismo mitocondrial e potencial de diferenciação das CTA porém sem prejudicar a viabilidade, proliferação e produção de ERO.