Efeitos da morina sobre o metabolismo lipídico de Aedes aegypti e seus efeitos na fisiologia reprodutiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Caiado, Matheus Silva lattes
Orientador(a): Pontes, Emerson Guedes lattes
Banca de defesa: Pontes, Emerson Guedes, Silva, José Roberto da, Cardoso, Cristiane Martins
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Química
Departamento: Instituto de Química
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/19758
Resumo: A utilização de aleloquímicos provenientes de plantas tem se destacado como uma alternativa promissora para o controle de insetos, devido à sua não toxicidade para humanos e ao meio ambiente. A morina, um flavonoide extraído principalmente de plantas da família Moraceae, tem demonstrado uma ampla gama de aplicações em organismos modelo. Este composto já mostrou eficácia na inibição da ácido graxo sintase e da ecdisona 20-monoxigenase, enzimas essenciais para o ciclo de vida de insetos. A ácido graxo sintase desempenha um papel fundamental no metabolismo lipídico, sintetizando ácidos graxos de cadeia longa a partir de moléculas de Malonil-CoA e formando lipídeos complexos, como os triacilgliceróis (TAGs). Nos insetos, essa síntese lipídica é crucial em diversos eventos do ciclo de vida, como reprodução, voo e desenvolvimento. Neste estudo, investigamos os efeitos da ingestão de morina em Aedes aegypti, o principal vetor de vários arbovírus, incluindo os agentes causadores da Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela. Para isto, foi utilizada uma abordagem em que os mosquitos eram alimentados e separados em 24, 48, 72 e 96h pós-emergência. Além disto, fêmeas e machos foram mantidos em gaiolas separadas durante todo o ensaio. A partir disto, foi possível avaliar o conteúdo de TAG do corpo inteiro e do corpo gorduroso dos insetos e os níveis de expressão relativa da ácido graxo sintase (fas1) e da triacilglicerol lipase (tagl1). A partir desta abordagem foi possível observar que os efeitos da alimentação variaram de acordo com o sexo e idade dos mosquitos. Enquanto as fêmeas não apresentaram redução no conteúdo lipídico no corpo gorduroso após a ingestão de morina, os machos exibiram níveis menores de triacilgliceróis. Por isso, investigamos os efeitos nos machos alimentados com morina na cópula, constatando que fêmeas copuladas com machos tratados apresentaram menor número de ovos e uma taxa de eclosão reduzida. Em suma, nossas descobertas indicam que a alimentação com morina foi mais eficaz em machos do que no período pré-vitelogênico de fêmeas. Os resultados relacionados à fecundidade e fertilidade destacam a morina como uma molécula promissora para estudos de controle de insetos de interesse, tanto em saúde pública quanto em contextos agroeconômicos.