Controle estrutural e classificação do canal no baixo Tapajós: contribuições para a geomorfologia da Amazônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Cortes, João Paulo Soares de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192952
Resumo: A formação das rias fluviais na Amazônia possui uma relação bem conhecida com o processo de avanço do nível do mar durante o Holoceno. Sugestões sobre a presença de controle estrutural e tectônico na gênese destas e de outros elementos do relevo amazônico tem sido levantadas por diversos autores, porém poucos elementos conclusivos foram apresentados até o momento. Este trabalho apresenta, no primeiro momento, uma série de evidências de diferentes fontes mostrando controle estrutural ao longo do ria do Tapajós e em áreas de terra firme adjacentes. A metodologia utilizada, é inovadora por integrar dados geomorfológicos, geológicos e geofísicos (sísmica, magnetometria e gravimetria) obtidos sem custo e disponíveis para grandes áreas, o que é uma grande vantagem em uma zona de difícil acesso como a Amazônia. Trata-se ainda de uma abordagem pouco usual dentro da geomorfologia na qual encontramos resultados muito promissores. Os resultados mostram a influência de elementos estruturais na configuração do relevo amazônico na região do baixo Tapajós. É proposto um modelo de horsts e grábens limitados por lineamentos com direção ENE-WSW com expressão regional. Em seguida apresentamos uma classificação para o canal do Tapajós baseado em variáveis morfométricas extraídas de perfil transversal. A classificação apresenta três trechos distintos para o canal do Tapajós no perímetro analisado, denominados Trecho do Canal Estreito, Baixo Trecho da Ria e Alto Trecho da Ria. Estes trechos possuem suporte estatístico e concordância com a maior parte dos dados sedimentológicos e hidrológicos conhecidos para o baixo Tapajós. A aplicação de índices de assimetria do canal também é concordante com os trechos propostos e nos permite afirmar que o Alto Trecho da Ria é onde estão melhor preservadas as formas antigas do canal, pela sua morfologia em canyons, enquanto os demais trechos apresentam evidências de perturbações ligadas a ajustes na forma para adequação à situação de transgressão marinha durante o Holoceno. A integração dos resultados apresentados nos dois capítulos corresponde a avanços importantes para a compreensão do relevo no Baixo Tapajós e na região Amazônica.