Sistemas de cultivo e plantas alimentícias da Terra Indígena Kaxinawá de Nova Olinda, Acre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Lanza, Tomaz Ribeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/192590
Resumo: O trabalho teve como objetivo caracterizar a agricultura e inventariar as plantas alimentícias utilizadas na Terra Indígena Kaxinawá de Nova Olinda (TIKNO), Feijó, Acre, Brasil. A pesquisa foi realizada entre os anos de 2016 e 2020. A metodologia utilizada para o estudo dos sistemas de cultivo e de plantas alimentícias encontradas nessas áreas cultivadas foi a de entrevistas semiestruturadas e visitas in loco nas áreas de produção agrícola; já o estudo de plantas alimentícias silvestres, foi realizado através de listagem livre e turnê guiada em áreas de floresta da TIKNO, sendo realizados com especialistas indígenas, de ambos os sexos, e idades entre 19 e 70 anos. Para complementar também foi feito um diagnóstico socioeconômico da comunidade, auxiliando na compreensão da forma com que o conhecimento vem sendo difundido entre as diferentes famílias e gerações. Os dados coletados foram processados e avaliados através de análises descritivas e qualitativas. Com relação aos sistemas de cultivo, foram identificados quatro sistemas principais para produção agrícola, sendo eles: roçado de corte/queima, bananal, cultivo de praia e quintal agroflorestal, cada qual com características distintas entre sí. Ao todo foram identificadas 115 espécies vegetais comestíveis, sendo 50 espécies consideradas cultivadas nesses sistemas de cultivo, distribuídas em 41 gêneros, 26 famílias botânicas, e representadas por 144 variedades locais. Dentre todas as espécies cultivadas, as que apresentaram maior número de variedades foram Banana (Musa ssp.), com 20 variedades, Mandioca (Manihot esculenta Krantz.), com 19 variedades, e Milho (Zea mays L.), com 11 variedades. Com relação as plantas alimentícias silvestres, foram identificadas 65 espécies utilizadas e manipuladas através do extrativismo, distribuídas em 36 gêneros, pertencentes a 22 famílias botânicas. A família Arecaceae foi a mais representativa com 13 espécies, seguida de Malvaceae com 7 espécies, e Moraceae, com 5 espécies, que juntas representaram aproximadamente 40% das plantas alimentícias silvestres identificadas. A diversidade de plantas alimentícias e praticas de manejo agrícola observadas na TIKNO contribuem para a segurança alimentar da comunidade, garantindo a preservação cultural do conhecimento associado.