A concepção intervalar em Almeida Prado: um estudo em três obras pós-ruptura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Sant'Ana, Edson Hansen
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/152167
Resumo: O objeto de estudo deste trabalho é o processo intervalar na construção composicional de Almeida Prado em suas três fases pós-ruptura, chamadas de Pós-Tonal, Síntese e Pós-Moderna. A concepção intervalar do compositor é demonstrada por análises realizadas em três obras, uma de cada fase pós-ruptura: Sonata n. 3, Cartas Celestes I e Noturno n. 7, respectivamente. A análise tem sua metodologia baseada em um recorte arbitrário que buscou compreender três intervalos básicos que podem ser somados a outros três intervalos enarmônicos como ampliação das possibilidades intervalares na escrita. O desenvolvimento teórico da pesquisa aprofundou-se a partir de um foco e uma análise intervalar que, conceitualmente, buscaram uma superação terminológica de uma formulação anterior nomeada como expressividade intervalar (SANT’ANA, 2009) para a atualização terminológica definida como intervalo característico. O embasamento teórico para essa concepção intervalar deu-se a partir das proposições de Boulanger (1926), Costère (1954, 1962), Forte (1973), Straus ([1990] 2013), Pousseur ([2005] 2009) e Menezes (2002). Como contextualização crítico-histórica, foi realizada uma revisão sucinta de tendências teórico-analíticas e seus problemas, reconsiderando-se as observações de Schoenberg ([1922] 2001, [1954] 2004), Kerman ([1985] 1987), Cook (1987, 2007) e Kramer (2015). Para se validar a construção e o caráter da ferramenta teórico-analítica aqui empreendida, utilizou-se a teoria de Lacey (2008) associada à visão teórico-musicológica desses autores. Com o processo analítico, apresentado no quarto capítulo, procurou-se demonstrar a grande incidência do(s) intervalo(s) característico(s) na construção estrutural das obras, desvelando-se um número variado de estratégias composicionais adotadas por Almeida Prado associadas a esses intervalos. Ainda no quarto capítulo, foi aplicada a ferramenta denominada régua intervalar, que pode ajudar na melhor compreensão dos intervalos com mais potencial de dissonância, os quais agem por meio de interação e contraste frente ao background aparentemente tonal dos intervalos mais consonantes ligados aos primeiros sete parciais (harmônicos) da série harmônica. Assim, em uma pesquisa futura, a ferramenta e a proposição analítica aqui desenvolvidas podem contribuir na compreensão e na sistematização dos tipos de objetos harmônicos pensados como entidades tímbricas que são moldados a partir dessa concepção intervalar.