Avaliação dos fenótipos dos diferentes clusters em pacientes portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) nos desfechos de exacerbação e mortalidade em dois anos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Zucchi, José William [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/236667
Resumo: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença altamente prevalente, complexa e heterogênea, caracterizada por sintomas respiratórios persistentes e limitação do fluxo aéreo devido a anormalidades das vias aéreas e/ou alveolares geralmente causada por exposição significativa a partículas ou gases nocivos. As manifestações pulmonares e extrapulmonares da DPOC, assim como a presença de outras doenças crônicas não transmissíveis, tornam-na uma doença com diferentes fenótipos clínicos. A estratificação de grupos específicos de pacientes com DPOC pode resultar na melhor conduta de tratamento, pois permite informações importantes sobre prognóstico, afim de prevenir os desfechos negativos da doença e redução nos custos para o tratamento. O objetivo do nosso estudo foi avaliar as taxas de exacerbação e mortalidade nos diferentes fenótipos em pacientes com DPOC no período de dois anos. Métodos: Este estudo envolveu 351 pacientes. Na linha de base, todos os pacientes realizaram o Índice de Charlson, índice de massa corporal, tratamento farmacológico atual, história de tabagismo (maço.ano), história de exacerbações/internações no último ano, espirometria, teste de caminhada de seis minutos, questionários de qualidade de vida, dispneia e escala hospitalar de ansiedade e depressão. Amostras de sangue também foram coletadas para dosagem de proteína C reativa, gasometria e hemograma. Os pacientes foram separados em quatro grupos previamente definidos, de acordo com as análises clínicas e laboratoriais e foram acompanhados por dois anos. Cluster 1 (n=203): DPOC leve; cluster 2 (n=49): eosinofílico; cluster 3 (n=13): inflamação sistêmica; e cluster 4 (n=26): obstrução grave. Todos os pacientes foram reavaliados para quantificação das taxas de exacerbações moderadas a graves e mortalidade a cada seis meses. Resultados: Após dois anos de seguimento, foram reavaliados os dados de 291 pacientes. As taxas de eventos de exacerbação nos clusters 1, 2, 3 e 4 foram 74, 17, 5 e 10, respectivamente (p=0,54). A taxa de mortalidade foi maior nos clusters 3 e 4 (46%), seguidos pelos clusters 2 (20%) e 1 (16%). As mortes cardiovasculares foram maiores nos clusters 1 (42,5%) e 2 (70%), e as complicações pulmonares foram maiores nos clusters 3 (66,7%) e 4 (75%). O risco proporcional de Cox (HR) identificou que o cluster 4 apresentou um aumento estatisticamente significativo de HR=3,49 (95%CI:1,73-7,05) e o cluster 3 e HR=3,07 (95% CI: 1,27-7,45) em comparação com o cluster 1. Conclusão: A DPOC é uma doença heterogênea que se desenvolve em diferentes fenótipos e características clínicas. Identificamos os diferentes componentes que podem ser adicionados como meta do tratamento da DPOC em cada cluster, o que pode modificar o risco de exacerbações e mortalidade.