Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Fernandes, Marília Guimarães [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/236173
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Resumo: |
Essa pesquisa analisa o diálogo que se deu entre revistas e redes sociais, em que, no momento histórico do impeachment da presidente Dilma Roussef, vimos emergir discursos que diziam respeito não só a ela, mas também à condição de uma mulher em situação de poder. Buscamos compreender os conflitos de valores sobre a mulher na inter-relação dos discursos da mídia impressa de grande circulação e das redes sociais. Ou seja, analisamos como se dá o ato responsivo ativo nos discursos produzidos por meio de hashtags e memes nas redes sociais em réplica aos discursos das revistas. O recorte temporal da pesquisa é o período que compreende o contexto político de impeachment da presidente Dilma (dezembro/2015 a dezembro/2016). O corpus consiste na capa da revista IstoÉ (01/04/2016), que traz uma foto de Dilma Roussef representada com um rosto de quem está gritando acompanhada do texto verbal que menciona a sua falta de controle; o meme que, em resposta, parodia essa capa e foi veiculado no facebook, com a hashtag #istoémachismo; a reportagem da revista Veja intitulada “Marcela Temer: bela, recatada e do lar” (18/04/2016), em que a esposa do então vice-presidente Michel Temer é descrita com alguns valores sociais sobre a mulher; e, por fim, selecionamos 11 memes que respondem a essa reportagem e foram veiculados nas redes sociais acompanhados da hashtag #belarecatadaedolar. Fizemos a seleção por meio de busca no Google e Facebook, e escolhemos páginas e não perfis pessoais e também memes com imagens de pessoas públicas, famosas, ou com ilustrações. Usamos estudos no interior da Análise Dialógica do Discurso, fundamentada no arcabouço teórico do Círculo de Bakhtin, com foco em: ideologia, signo ideológico, conflito de valores, gêneros do discurso, enunciado concreto, compreensão responsiva ativa, carnavalização e paródia (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 2014. BAKHTIN 2000, 2010a, 2010c. VOLÓCHINOV, 2017 ), verbo-visualidade (BRAIT, 2007, 2009, 2011, 2013). Investigamos o uso da carnavalização e da paródia em memes que respondem às revistas, os conflitos de valores sobre a mulher em gêneros diferentes do discurso, cuja materialidade é verbo-visual (capa de revista, reportagem, memes), e, por fim, como se dão os conflitos ideológicos sobre a mulher e suas conquistas no espaço público e privado a partir da representação midiática de Dilma Roussef e Marcela Temer. A partir das análises, compreendemos a complexidade do conflito ideológico, que não deve ser pensado de forma polarizada, mas analisado em sua complexidade, já que vimos discursos de resistência ainda vinculados a valores do discurso oficial, e vimos que as perspectivas ideológicas das mídias e a opinião do público sobre elas são mutáveis. Por fim, compreendemos que a liberdade de escolha da mulher está ligada com sua atuação nos espaços públicos e privados. |