Caracterização molecular e fenotípica de Staphylococcus aureus na mastite bovina subclínica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Rossi, Bruna Fernanda [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
MLS
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/144375
Resumo: A mastite é uma inflamação da glândula mamária geralmente causada por infecção bacteriana, levando a grandes perdas econômicas na bovinocultura leiteira, à desvalorização do animal e ao aumento no uso de medicamentos. Um dos principais responsáveis pela mastite bovina é o Staphylococcus aureus e a presença constante desse micro-organismo pode ocasionar a seleção de cepas resistentes. Vários genes estão envolvidos com a produção de fatores de virulência como as hemolisinas, leucotoxinas (toxina de Panton Valentine) e os superantígenos (enterotoxinas e toxina da Síndrome do Choque Tóxico). Assim, o objetivo do estudo foi caracterizar molecularmente e identificar o potencial de virulência e a resistência a antimicrobianos de cepas de S. aureus, isoladas de vacas com mastite subclínica, de uma fazenda, no período de 12 meses. Além disso, foi verificada a persistência de colonização da cepa nos animais, ao longo desse tempo. Foram analisadas 665 amostras de leite de vacas com mastite subclínica e 116 (17,4%) foram positivas para a presença de S. aureus. Os genes que codificam as enterotoxinas clássicas foram observados em 28 (24,1%) das cepas, enquanto o gene da Toxina Panton-Valentine (pvl) foi encontrado em frequência bem menor, de 3,4% (4 cepas) e o tsst (síndrome do choque tóxico) foi encontrado em 54 isolados (46,6%). Foram encontradas 9 (7,8%) cepas meticilina resistente (MRSA), das quais 4 (44,4%) apresentaram o gene mecA e pertenciam ao SCCmec tipo I, enquanto o gene mecC não foi encontrado nas demais cepas MRSA. Em relação à tipagem molecular pelo grupo agr, 68 (58,6%) isolados não foram classificados em nenhum dos 4 grupos existentes e o grupo agrI foi o mais encontrado. Pela técnica de gel de eletroforese em campo pulsado (PFGE), observou-se a persistência de colonização de um mesmo clone em um animal, ao longo de 9 meses. Essa cepa foi classificada como ST 711, pela técnica de Multi Locus Sequence Typing (MLST). A presença de vários clones infectando diferentes animais, ou cepas de um mesmo clone colonizando vários animais, demonstraram práticas higiênicas inadequadas e a presença, nesses clones, de genes que codificam fatores de virulência e resistência aos antimicrobianos, dificultam o controle da mastite. O conhecimento dessas características moleculares, é essencial para o entendimento da circulação desses clones e de suas implicações na saúde pública e animal.