Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Teixeira, Danilo Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/235520
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Resumo: |
Introdução e Objetivo: Mudanças climáticas e invasões por espécies exóticas são grandes desafios ambientais atualmente, e as previsões indicam que a porção tropical da América do Sul será a região mais afetada em termos de temperatura e seca. Não se sabe, entretanto como a seca afetará plantas nativas e exóticas. Sabe-se que diferentes formas de estresse induzem modificação da composição lipídica das membranas celulares das plantas. Objetiva-se investigar o efeito do estresse hídrico sobre a remodelação lipídica em perfis de ácidos graxos presentes em diferentes espécies de plantas do Cerrado e entender se plantas nativas, naturalizadas e exóticas invasoras apresentam estratégias similares ou diferenciadas em relação a esse processo. Métodos: Foram realizadas duas abordagens experimentais: a primeira foi uma amostragem em campo, de modo a compreender quais perfis de ácidos graxos estariam presentes em plantas diversificadas que se desenvolveram em ambientes naturais, amostramos em duas estações sazonais distintas (seca e chuvosa) exemplares de nove espécies nativas, naturalizadas e exóticas invasoras presentes em área de Cerrado na cidade de Ilha Solteira no Noroeste do de estado de São Paulo/Brasil. O segundo experimento foi conduzido em casa de vegetação, sendo analisado o efeito do estresse hídrico induzido sobre sete espécies, sendo selecionadas espécies nativas e exóticas invasoras. Foram determinados os perfis de ácidos graxos dos lipídios de membrana; Saturados(SAT), Monoinsaturado(MUFA), Polinsaturado(PUFA), Subclasse Polinsaturado n3(PUFAs n3), Subclasse Polinsaturado n6(PUFAs n6), Subclasse Polinsaturado com cadeias curtas (PUFAs curto), Subclasse Polinsaturado com cadeias longas(PUFAs longo), presentes nas membranas de células radiculares dessas plantas e variáveis de desenvolvimento vegetativo. Resultados: De modo geral, todas as espécies alteraram o perfil de ácidos graxos em função do período sazonal. O estresse hídrico geralmente promoveu diminuição de SAT compensada pelo aumento de PUFA e suas subcategorias com exceção de PUFAs curto. A gramínea exótica de grande potencial invasor no Cerrado Urochloa decumbens comportou-se de maneira similar à herbácea nativa característica de Cerrado Sida cerradoensis em termos de alteração de composição de ácidos graxos frente à seca. Todas as espécies alteraram o desenvolvimento vegetativo, sendo observados diferenças significativas no comprimento de raiz, diâmetro do caule, altura das plantas, percentual de água na parte aérea e radicular em função do estresse hídrico estabelecido. Conclusão: Estes resultados demonstram que as plantas presentes no bioma Cerrado alteram seus perfis de ácidos graxos frente ao estresse hídrico, tendendo a deixar as membranas de suas raízes mais permeáveis por meio de maiores concentrações de ácidos graxos polinsaturados. A principal gramínea invasora presente no Cerrado, Urochloa decumbens, apresenta modificações semelhantes às plantas nativas de Cerrado, Sida cerradoensis, proporcionando maiores percentuais de PUFAs longo, o que não ocorre com as gramíneas naturalizadas não invasoras Melinis repens e Hyparrhenia rufa. Frente a previsões de secas cada vez mais longas e extremas no Cerrado, esse mecanismo pode conferir às plantas nativas maior capacidade de sobrevivência e demonstra um novo mecanismo de invasões biológicas em regiões de savanas úmidas e ricas em espécies, uma vez que frente ao estresse hídrico gramíneas invasoras podem promove maiores percentuais de PUFAs longo, o que as favorecem no processo de estabelecimento e consequentemente no processo de invasões biológicas. |