Manejo da via aérea para anestesia em crianças com infecção do trato respiratório superior: revisão sistemática e meta-análise para complicações perioperatórias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Carvalho, Ana Lygia Rochitti de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/137849
Resumo: Justificativa e Objetivos: a diferença na incidência de eventos adversos perioperatórios (EAPs) entre tubo traqueal (TT), máscara laríngea (ML) e máscara facial (MF) ainda é questão controversa no tocante à anestesia em crianças com infecção de vias aéreas superiores (IVAS). O objetivo desta revisão sistemática foi comparar o risco de EAPs entre os dispositivos de via aérea após anestesia em pacientes pediátricos com IVAS. Métodos: foi conduzida revisão sistemática de acordo com as recomendações da Colaboração Cochrane e declaração PRISMA. A estratégia de busca foi realizada nas principais bases de dados eletrônicas (PubMed, EMBASE, Cochrane CENTRAL, Lilacs, Scielo, Scopus e Web of Science) e a última pesquisa foi realizada em 30 de junho de 2015. Não houve restrições quanto a idioma, data, revista ou publicação. Foram incluídos somente estudos avaliando EAPs em pacientes com IVAS submetidos à anestesia e cujas vias aéreas tenham sido manejadas com MF, ML ou TT. Dados de cada ensaio clínico randomizado (ECR) foram combinados utilizando o modelo de efeito randômico para cálculo do risco relativo (RR). Resultados: dos 680 estudos identificados, 5 eram ECRs e foram incluídos na análise final. Não houve diferença estatisticamente significante entre os diferentes dispositivos estudados com relação a broncoespasmo (RR 0,47, IC 95% 0,04-6,25, p=0,57), laringoespasmo (RR 0,84, IC 95% 0,56-1,27, p=0,41), dessaturação arterial de oxigênio (RR 0,66, IC 95% 0,38-1,16, p=0,15), apneia (RR 0,91, IC 95% 0,49-1,67, p=0,75), dor de garganta (RR 0,87, IC 95% 0,39-1,96, p=0,74) e taxa de readmissão hospitalar (RR 0,76, IC 95% 0,17-3,33, p=0,71). O uso de ML resultou em significante redução da incidência de tosse (RR 0,63, IC 95% 0,45-0,89, p=0,009) comparado aos outros dispositivos de via aérea. Notou-se, também, tendência à redução da incidência de vômito com o uso da ML quando comparado ao TT e MF, embora sem significância estatística (RR 0,57, IC 95% 0,33-1,00, p=0,05). Conclusões: o manejo ideal das vias aéreas em crianças com IVAS permanece incerto. Esta revisão sistemática demonstra que o uso da ML durante anestesia em crianças com IVAS não resultou na diminuição dos mais temidos EAPs. Entretanto, o uso da ML foi mais eficaz em reduzir a incidência de tosse comparado aos outros dispositivos de via aérea. Além disso, houve tendência da ML em reduzir a incidência de vômito.