Tratamento de lesão aguda de laringe por intubação : análise de fatores preditivos de mau prognóstico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lira, Nicole Elen
Orientador(a): Schweiger, Claudia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/272520
Resumo: Introdução. A estenose laríngea adquirida é uma complicação associada a lesões causadas pela intubação endotraqueal, que podem aparecer em um período de até 30 dias após a extubação. Essas lesões sempre devem ser investigadas quando há falha de extubação relacionada à obstrução alta. O tratamento precoce é a melhor forma de prevenção de lesões crônicas e necessidade de traqueostomia. Existem algumas terapêuticas descritas para o manejo das lesões agudas de laringe pós-extubação, como a reintubação com pomada ao redor do tubo e a dilatação com balão, porém ainda não estão bem estabelecidos os fatores preditores de sucesso ou falha dessas intervenções. Objetivo. Avaliação de crianças com lesão aguda de laringe após extubação, analisando o manejo terapêutico e os fatores preditivos para sucesso ou falha. Métodos. Foram incluídos no estudo todos os pacientes pediátricos de zero a 14 anos, com diagnóstico endoscópico de lesão aguda de laringe pós-extubação, atendidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre no período de janeiro de 2018 a dezembro de 2022, e que foram submetidos à dilatação com balão e/ou à reintubação com pomada de antibiótico e corticoide ao redor do tubo. O grupo “falha” foi definido como necessidade de traqueostomia; o grupo “sucesso” incluiu pacientes que ficaram assintomáticos ao final do acompanhamento. Dos 59 pacientes incluídos, 50 (84,74%) foram considerados “sucesso” e 9 (15,25%), “falha”. Os pacientes foram avaliados quanto à idade, ao sexo, a comorbidades, à causa da intubação, ao tempo de retorno dos sintomas após cada endoscopia de via aérea, ao tamanho do tubo endotraqueal, à presença de balonete, ao tempo de intubação, à presença de sintomas de via aérea superior, à quantidade de falhas de extubação e ao tempo entre a extubação e o início dos sintomas, ao número de endoscopias de via aérea com intervenção, ao número de endoscopia de via aérea total e ao número de reintubações com pomada. Os fatores preditivos de mau prognóstico foram investigados através da revisão de prontuários. Resultados. As variáveis “tempo de retorno dos sintomas após cada endoscopia de via aérea”, “número de reintubações com pomada de antibiótico e corticoide”, “número de endoscopias de via aérea com intervenções” e “número de endoscopias de via aérea total” se mostraram estatisticamente significativas. Além disso, quando avaliados os tipos de lesões encontradas nas endoscopias de via aérea, o edema glótico, o edema subglótico e a estenose glótica posterior se mostraram como fatores de pior prognóstico. Conclusões. Essa é a primeira série de casos na literatura descrevendo a reintubação com pomada de antibiótico e corticoide ao redor do tubo para o manejo das lesões agudas de laringe pós-extubação. Lesões como edema generalizado e a estenose glótica posterior são preditores de pior diagnóstico.