Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Júlia Neves |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/193247
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Resumo: |
O bullying é uma forma de violência entre pares que possui algumas características específicas como a ocorrência de agressões verbais e/ou físicas intencionais, feitas de maneira repetitiva a um alvo frágil, com a presença de um público e escondidas aos olhos das autoridades, diferenciando o fenômeno, portanto, dos demais tipos de violências que acometem a sociedade e o ambiente escolar. Apesar de não se restringir às instituições educativas, este ambiente ganha destaque ao se estudar o bullying, por ser um espaço que dispõe de um elevado número de pares. Estudos apontam que a existência do fenômeno pode afetar o clima escolar das instituições. O clima escolar é compreendido como o conjunto de percepções e expectativas de todos os membros da escola referentes às experiências vivenciadas nesse ambiente. Envolve valores, regras, relações humanas e estrutura física. Dessa maneira, o objetivo da pesquisa constituiu em analisar a percepção sobre a ocorrência de situações de bullying/ intimidação e conflitos entre 247 estudantes do 7º ao 9º ano de uma escola estatual do interior paulista, a fim de verificar se há situações de conflitos entre os alunos, a relação deles com os casos de intimidação que acometem o ambiente escolar, bem como a satisfação dos estudantes com relação ao vínculo que possuem com os colegas. O instrumento utilizado foi um questionário construído de acordo com a realidade das escolas brasileiras, composto por oito dimensões, que avaliam as percepções dos sujeitos a respeito do clima escolar, medindo o grau de concordância ou discordância dos participantes para cada item numa escala likert de quatro pontos. Dentre as várias dimensões que o compõe, tivemos como foco a análise da dimensão que se refere às relações sociais e aos conflitos na escola, e à que diz respeito às situações de intimidação vivenciadas pelos alunos. O trabalho é de natureza quantitativa, com análise descritiva dos dados. Analisando as respostas dos estudantes consideramos que, apesar da maioria (73,7%) considerar a dimensão intimidação como positiva, há índices que indicam a predominância de situações de bullying entre os alunos. Quando questionados se já foram agredidos, maltratados, intimidados, ameaçados, excluídos ou humilhados por algum colega da escola, 11,8% dos estudantes responderam que isso acontece sempre ou muitas vezes. Com relação aos locais que mais ocorrem as situações de intimidação, os três locais mais indicados se caracterizam por não possuírem supervisão de autoridades. Em primeiro lugar foi apontado os locais próximos à escola (44,1%), seguido do pátio (43,3%) e por meio da internet ou celular (32,8%). Além disso, 4,5% dos alunos declararam não ter amigo algum na escola e 29,3% afirmaram não estarem satisfeitos com a relação que tem com os colegas na instituição educativa. Concluímos que o bullying é um fenômeno que, devido as consequências negativas que causa aos envolvidos, exige um olhar cuidadoso de toda a comunidade escolar. Portanto, consideramos de suma importância inserir na formação docente estudos que visam a compreensão do desenvolvimento moral autônomo de crianças e adolescentes, para que a convivência ética nunca deixe de ser um valor. |