Análise histopatológica, morfométrica e imunohistoquímica de cotilédones fetais ovinos oriundos de embriões transferidos coletados no momento do parto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Lourenção, Josiane Adelaide Camargo [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/144637
Resumo: Devido a sua facilidade de manejo, a espécie ovina é um modelo experimental para estudos nas áreas de cirurgia, obstetrícia e reprodução animal. A prática da transferência de embrião vem sendo aperfeiçoada visando a seleção de animais geneticamente superiores. A estrutura placentária permite trocas gasosas, metabólicas e transporte de nutrientes, tornando-se responsável pelo desenvolvimento fetal. O presente estudo teve como objetivo relacionar a técnica de TE às alterações morfológicas e analisar receptores de estrógeno alfa (ER-α), beta (ER-β) e progesterona (PR). Foram utilizados 20 animais, os quais foram divididos em dois grupos, 10 (TE) e 10 (controle). Foram colhidos 4 cotilédones de cada animal e o material foi fixado em formalina tamponada com pH 7,4 para inclusão em Paraplast® e glutaraldeído para historesina. As amostras foram seccionadas a 4µm e coradas em HE, que após análise prévia foram encaminhadas para coloração específica, PAS, tricômico de masson, von kossa e Perl. Para a análise morfométrica utilizou-se três amostras de cada animal de ambos os grupos, analisados da base ao ápice da microviloside no aumento de 400X em 10 campos. Para o estudo de receptores, seis cotilédones de seis animais de ambos os grupos foram selecionados, analisados e contados por três observadores em 10 campos por amostra. No presente estudo observou-se trombo arterial e venoso, esclerose, aderência de fibrina, espessamento endotelial, hialinização de vasos e infiltrados inflamatórios, tais alterações foram evidentes nas árvores vilosas primárias do grupo TE. Na região do epitélio cotiledonário, encontrou-se acúmulo de hemossiderina, células trofoblásticas binucleadas (CTBs), micronúcleo, condensação citoplasmática e nuclear nas CTBs, e projeções citoplasmáticas apicais. Ainda no epitélio observou-se presença de fosfato de cálcio, os quais também foram identificados na região do cório, também no espaço interviloso foi observado sangue extravasado. Essas características foram encontradas em ambos os grupos. Entretanto, na análise morfométrica houve diferença estatística entre as medidas M2 e M3 (p<0,05), porém entre os grupos não houve diferença estatística. Para os receptores estudados, apenas o ER-α mostrou-se ausente em todo epitélio trofoblástico no grupo TE; já no grupo controle a imunorreatividade foi fraca nas CTBs, porém positiva (p<0,001). O ER-β e PR foram imunoexpressos em ambos os grupos, os quais não mostraram diferença estatística. Também constatou-se decréscimo das CTBs no grupo TE, porém essa característica foi observada independente dos receptores estudados (p=0,013). Podemos concluir que as alterações vasculares, bem como os infiltrados inflamatórios, são sugestivas de placentite, e as alterações encontradas no epitélio são condizentes à maturidade e expulsão da placenta no momento do parto. A diferença entre ER-α e ER-β possivelmente estão relacionadas aos mecanismos fisiológicos no momento do parto, e a ausência de ER-α supostamente está associada aos receptores de PR, sugerindo uma regulação hormonal negativa.