Hemodinâmica placentária de éguas: ultrassonografia Doppler espectral, anátomo-histopatologia e imunoexpressão de Ezrin

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Campos, Isabela Syllos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/24443
Resumo: Este estudo teve como objetivo avaliar a hemodinâmica placentária de éguas com gestações avançadas por meio da ultrassonografia Doppler espectral das artérias uterinas, mensuração da junção útero-placentária com ultrassonografia modo B, e análise morfológica e imunoexpressão de Ezrin da placenta pós-parto. Foram utilizadas 32 éguas da raça Mangalarga Marchador a partir de cinco meses de gestação, a fim de medir mensalmente a espessura da junção útero-placentária (JUP) e os índices espectrais com ultrassonografia Doppler das artérias uterinas direita e esquerda. Após o nascimento dos potros, as placentas coletadas foram analisadas quanto à morfologia. Foram coletados oito fragmentos de diferentes regiões da placenta e acondicionados em formol tamponado para avaliação microscópica e histomorfométrica dos fragmentos placentários e posteriormente a realiazação da técnica de imunohistoquímica para imunoexpressão do anticorpo anti-ezrin. Durante a gestação, o índice de pulsatilidade (IP) e o índice de resistência (IR) das artérias uterinas foram obtidos por ultrassonografia Doppler espectral, a JUP foi obtida mensalmente por ultrassonografia modo B. Na microscopia foram avaliadas as regiões dos cornos gravídicos e não gravídicos quanto à vascularização dos vasos fetais do alantocório e dos microcotilédones e foram contados os números de vasos em cinco campos de cada corno. Para histomorfometria foram contados cinco campos de vasos fetais da lâmina basal do corioalantoide e mensurada luz dos vasos em comprimento e largura em escala de micrômetro. Para classificação da imunoexpressão do anticorpo anti-ezrin nas amostras placentárias foram utilizados os parâmentros de intensidade de cor marrom nos microcotilédones, células trofoblásticas, lâmina basal e vasos do corioalantóide, bem como a distribuição focal ou difusa das marcações e região dos microcotilédones proximal, medial e distal da lâmina basal do alantocório. Os resultados foram separados por capítulos. A espessura uteroplacentária combinada correlacionou-se com o tempo gestacional de até 13 anos de idade, sendo a diferença significativa observada a partir do sexto mês. A JUP ficou dentro das medidas ideais para esta raça e para este período gestacional. Não houve correlação do JUP com o IP, porém foi observada uma correlação negativa e significativa do IR. O índice de resistência diferiu significativamente entre as faixas etárias, e o IR da artéria uterina esquerda tendeu a diminuir em todas as faixas etárias. Além disso, apenas o IR diferiu significativamente entre as medianas da idade gestacional. O PI esquerdo caiu nas éguas mais velhas. Na avaliação morfológica da placenta, não foram encontradas alterações significativas na macroscopia. Na análise microscópica da região do corno gravídico (CG) foi possível observar que o arranjo microcotiledonário se apresentou mais intenso ou equiparado ao corno não gravídico (CNG), com excessão de um caso. A intensidade de vascularização nos microcotilédones e no alantocório teve uma grande variação entre os cornos. Cinco casos apresentaram congestão nos microcotilédones e vasos fetais. A expressão do anticorpo anti-ezrin nos cornos placentários, foi mais intensa na região proximal dos microcotilédones em relação à lâmina basal do alantocório e apresentou-se difusa por toda rede de microcotilédones. O CG apresentou mais expressão nas células trofoblásticas em comparação ao CNG e entre os cornos a intensidade de cor ficou equiparada na maioria dos casos, apresentando coloração moderada e intensa. Na microscopia dos cornos não foi possível observar alterações significativas relacionadas a alguma patologia como necrose, infiltrados inflamatórios e hipoplasia. Não foram encontradas diferença significativa entre os dois cornos relacionados a número de vasos e intensidade de vascularização dos microcotilédones e alantocório. As medidas da luz dos vasos apresentaram igualdade estatística (p ˃0,05) entre os cornos. Assim, ocorreu um aumento da perfusão sanguínea nas artérias uterinas de éguas com gestações avançadas e entre diferentes categorias de idade durante o desenvolvimento fisiológico da placenta e do feto. Foi possível obter dados das características vasculares da unidade feto-placentária equina que não apresentaram alterações morfológicas. A expressão de ezrin foi bem signficativa nas células trofoblásticas localizadas nos microcotilédones de placentas equinas a termo que tem um papel importante na vascularização e consequentemente na troca materno-fetal. A aplicabilidade acompanhamento ultrassonográfico gestacional em equinos tem como principal objetivo prevenir a perda gestacional de alto valor comercial, com a mensuração do fluxo sanguíneo uterino em éguas predispostas a doenças vasculares e com história de aborto espontâneo e parto prematuro. Para um diagnóstico confiável na espécie, foi essencial obter dados de um padrão de normalidade de placentas saudáveis para comparar esses dados em futuras éguas com prenhez de alto risco, principalmente vascular, e escolher a intervenção clínica necessária.