Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Soares, Amanda Beatriz Riedlinger |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/236088
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Resumo: |
Salvador Allende venceu as eleições presidenciais do Chile em 1970 sustentado pela Unidade Popular (UP), e durante seu governo, foi inaugurada uma nova dinâmica nas relações entre o campo da política e da cultura. A partir do aporte teórico-metodológico da história intelectual, da história dos intelectuais, dos estudos sobre a imprensa, e da nova história política, esta pesquisa investiga e discute as relações bilaterais estabelecidas entre o governo de Allende e parte significativa do campo da cultura. Por um lado, busca compreender as políticas culturais propostas e efetivadas pela UP, ao considerar a importância da ação do Estado para a manutenção e o desenvolvimento da cultura. Por outro, propõe analisar o engajamento de intelectuais e artistas que se identificaram com o governo e auxiliaram o processo revolucionário desde a criação artístico-literária. Devido à extensão que compreende o campo da cultura, a pesquisa priorizou um eixo cultural específico para a análise: o campo editorial-literário, representado pela editora nacional Quimantú, adquirida pelo governo em 1971, e pelo engajamento de escritores intelectuais comprometidos com as transformações revolucionárias. Esta eleição, no entanto, não impediu a análise de outras políticas culturais do governo. A discussão foi conduzida pela revista cultural La Quinta Rueda, fonte e objeto da pesquisa. Publicada mensalmente no Chile entre outubro de 1972 e agosto de 1973, pela editora Quimantú, a revista se constituiu um fórum para relevantes discussões inseridas no debate cultural e intelectual e trouxe, em suas páginas, artigos, matérias, entrevistas e comentários que se referem à ação (mas também à inação) do governo para auxiliar e desenvolver a cultura nacional. Assim, o próprio nome da revista determinou sua postura crítica. Na metáfora proposta, a “quinta rueda” se refere à cultura, como se esta fosse um estepe, a “quinta roda” de um carro para o governo: algo que sobra, talvez inútil e, portanto, indigno de atenção. Diante desta posição, cabe questionar: a cultura foi, de fato, a “quinta rueda” para o governo de Allende? Qual foi a posição assumida por intelectuais e artistas vinculados ao espaço da revista frente ao novo governo, sobretudo no que se refere à sua ação político-cultural? Parte-se daí para novos e instigantes questionamentos. Em um contexto de transformações radicais, também a cultura foi proposta a partir de novos princípios. |