Tinha só um dia pra mim fazer a inscrição: um estudo sociolinguístico da variação pronominal em orações infinitivas iniciadas por para

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Gomes, Aline Bianca dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/182194
Resumo: O objetivo desta pesquisa é investigar, sob a perspectiva da sociolinguística variacionista, a ocorrência da forma oblíqua do pronome de 1a pessoa do singular (mim) em posição de sujeito de orações infinitivas introduzidas por para. Os dados analisados pertencem ao Banco de dados Iboruna, o qual retrata o português falado na região noroeste do interior do estado de São Paulo, variedade em que a ocorrência de mim como sujeito de orações infinitivas é alvo de estigma social, em comparação ao emprego da forma reta do pronome (eu) e de zero anafórico. Desse modo, a principal hipótese deste estudo é a de que se encontraria, para o fenômeno em análise, uma situação de variação com claro encaixamento social indicativo de uma mudança em curso. Para a realização desta pesquisa, fatores linguísticos relevantes para a ocorrência das variantes foram analisados e correlacionados a fatores sociais, com o propósito específico de definir a natureza sociolinguística do fenômeno: se um caso de variação estável ou de mudança em curso, conforme o aparato teórico-metodológico da Sociolinguística Variacionista (WEINREICH, LABOV & HERZOG, 1968; LABOV, 1972). Para a análise quantitativa dos dados, utilizou-se o programa estatístico GOLDVARB. Em relação às formas eu e mim como sujeitos de orações infinitivas iniciadas por para, os resultados indicam uma mudança em curso na comunidade investigada com prevalência da forma não padrão mim, a qual é apenas refreada pelo fator grau de escolaridade. Entre mim e zero, os resultados revelam caso de variação linguística e indicam como fatores correlacionados ao emprego das variantes o papel semântico do pronome sujeito, em primeiro lugar, seguido pelo fator correferência de sujeitos e tipo de construção com “para”. Como fatores sociais, os resultados apontam que a variante não padrão é mais utilizada por falantes com menor escolaridade e/ou renda; contudo, em relação a esse último fator, há indícios de certa estabilidade na variação entre as formas, já que o uso de mim é registrado, sem grandes diferenças estatísticas, na fala de indivíduos pertencentes a níveis socioeconômicos tanto mais baixos quanto mais altos da sociedade.