Éche o que hai! Um estudo sobre os dativos interacionais galegos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Souza, Cecilia Farias de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-19022018-125000/
Resumo: Enquanto pronomes que vão além da codificação dos participantes de um evento denotado pelo verbo, os dativos interacionais codificam os interlocutores de uma interação no evento de fala. O objetivo desta pesquisa é descrever os processos semântico-pragmáticos envolvidos no uso dos dativos interacionais galegos. Para isso, baseei-me nos estudos de Jakobson (1936), Janda (1988, 1993), Langacker (1987, 2008), Wierzbicka (1988), entre outros, para descrever o processo de conceitualização de um evento marcado pelo caso dativo, definir um protótipo para o caso dativo e descrever algumas de suas extensões semânticas partindo do modelo teórico da Gramática Cognitiva (Langacker, 1987, 1991, 2008), da Teoria dos Protótipos (Rosch, 1973, 1978, 1999) e das discussões sobre extensões semânticas via processos de metáfora e metonímia (Lakoff, 1897; Lakoff e Johnson, 1980; Evans e Green, 2006). Os dados utilizados nesta pesquisa vieram de corpora informatizados, o TMILG Tesouro Medieval Informatizado da Lingua Galega e o TILG Tesouro Informatizado da Lingua Galega, e de gravações e anotações feitas de interações com falantes de galego. A partir desses dados, foi elaborada uma pesquisa on-line para verificar as possibilidades de usos e interpretações dos dativos interacionais. Esta dissertação mostra duas funções dos dativos interacionais: o dativo interacional de interesse e o dativo interacional de solidariedade. Ambos mapeiam a relação semântica do caso dativo para a esfera do ato de fala e se referem aos interlocutores da interação, mas o fazem de forma diferente. Enquanto o dativo de interesse indica a afetação indireta ou uma avaliação sobre o evento narrado, o dativo de solidariedade atua como um convite para o destinatário se envolver com o conteúdo do enunciado (Janda, 1988, 1993; Maldonado, 1994; Álvarez, 1997; Fried, 2011). Ao utilizar os dativos interacionais, o falante estabelece relações entre um dos interlocutores e o evento narrado. Desse modo, os pronomes dativos também podem ser marcadores de (inter)subjetividade que selecionam um participante da fala como um colaborador ou um compartilhador de opinião (Traugott, 2009; Haddad, 2013).