Entre trânsitos permanentes e permanências transitórias: estudo sobre a reprodução social de famílias rurais pobres em Itinga, Minas Gerais, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Batista, Elicardo Heber de Almeida [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/141984
Resumo: Esta tese tratará dos meios, modos e condições de vida de famílias rurais localizadas na base da estrutura social brasileira, ou seja, daquelas classificadas como pobres pelo governo brasileiro. De forma mais específica, serão discutidas as estratégias de reprodução social de famílias rurais pobres economicamente, residentes no município de Itinga, Vale do Jequitinhonha, mesorregião bastante emblemática por se apresentar no cenário nacional como um “bolsão de miséria”, definida a partir dos indicadores de alta incidência de pobreza (econômica) e por ter se estabelecido como uma espécie de “viveiro de migrantes”. O deslocamento temporário dos migrantes do trabalho precário e a migração definitiva de parte das famílias e indivíduos dali originados, para as mais diversas regiões do Brasil, são elementos que vêm sendo utilizados como indicativo de um processo de desruralização. O referido município está localizado em um ambiente social e econômico marcado pelo pouco dinamismo socioeconômico, por altos índices de carências sociais e materiais e pelo predomínio de população rural envolvida em atividades agrícolas, principalmente para o autoconsumo. Baseada em metodologias qualitativas na produção de evidências, e tendo as famílias residentes em comunidades rurais como unidade de análise, a pesquisa parte de dois princípios hipotéticos: I- mesmo as regiões rurais menos dinâmicas do país não estão passando por um processo de esvaziamento social, cultural, demográfico e econômico, e a migração, sobretudo do trabalho precário, é parte das estratégias de reprodução social, para a própria permanência nos lugares de origem, e de forma mais ampla, é elemento constitutivo da cultura local; II- a ampliação de políticas sociais em regiões carentes impactam consideravelmente as dinâmicas sociais e econômicas das famílias rurais, possibilitando melhora na economia das unidades familiares, permitida pelos rendimentos não contributivos. Esses rendimentos interferem nos sentidos e significados da mobilidade espacial, condicionando inclusive a permanência desses possíveis migrantes em suas localidades de origem.