Preditores clínicos de hipertireoidismo em mulheres com mola hidatiforme completa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Ramos, Marcos Montanha [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/205046
Resumo: Identificar os fatores clínicos associados ao hipertireoidismo na apresentação e acompanhar a função tireoidiana pós-esvaziamento uterino em mulheres com mola hidatiforme completa (MHC). Métodos: Estudo observacional e retrospectivo de pacientes diagnosticadas com MHC, tratadas e acompanhadas no Centro de Doenças Trofoblásticas de Botucatu no período entre 2002 e 2018. Os dados clínicos foram extraídos de banco de dados e prontuários médicos. O hCG sérico, TSH e T4 livre foram avaliados pré e pós-esvaziamento uterino, semanalmente. O hipertireoidismo foi classificado como manifesto ou subclínico. As associações de fatores clínicos com hipertireoidismo na apresentação foram avaliadas por análise bivariada de cada fator clínico. As variáveis que apresentaram valor de p <0,20 na exploração bivariada e com relevância clínica foram usadas no modelo de regressão logística múltipla. Adicionalmente, curvas ROC foram construídas para avaliar o desempenho de hCG e altura uterina como preditores clínicos de hipertireoidismo e hipertireoidismo manifesto. O acompanhamento da função tireoidiana pós-esvaziamento uterino, até sua normalização, foi analisado descritivamente. O nível de significância foi estabelecido em p <0,05. Resultados: Das 137 pacientes com MHC, 69 (50,4%) tinham hipertireoidismo. Destas, 30 (43,5%) hipertireoidismo subclínico e 39 (56,5%) manifesto. AU >16cm, >IG, maior volume do útero em US, presença de anemia, cistos de ovário >6cm, pré-eclâmpsia, hiperêmese e SDRA, foram mais frequentes em mulheres com hipertireoidismo. Mediana de hCG foi significativamente maior na presença de hipertireoidismo. Mulheres com hipertireoidismo manifesto tiveram mediana de idade mais baixa, frequência mais alta de pré-eclâmpsia, hiperêmese e mediana de hCG pré-esvaziamento mais alta, em comparação com as mulheres com hipertireoidismo subclínico. No modelo de regressão logística múltipla, AU >IG e cistos de ovário >6cm foram associados significativamente com hipertireoidismo, hipertireoidismo subclínico e fortemente associado com hipertireoidismo manifesto. AU >16cm também foi associada significativamente com hipertireoidismo. Curvas ROC dos valores de hCG para predizer hipertireoidismo e hipertireoidismo manifesto mostraram poder discriminatório: (AUC 0,93, ponto de corte 430.559,00 UI/L, sens. 85,5%, esp. 83,8% e acurácia 84,6%) e (AUC 0,65, ponto de corte 806.562,00 UI/L, sens. 64,1%, esp. 63,3% e acurácia 63,7%), respectivamente. Entre as mulheres com hipertireoidismo na apresentação, conversão para hipotireoidismo transitório foi observada em 13% (n=9), diagnosticado entre 1,7 e 3,5 semanas (mediana de 2,3) pós-esvaziamento e persistente por mediana de 2,5 meses. Nestas pacientes, a normalização de TSH ocorreu em mediana de 12,9 semanas. Nas demais 25 pacientes (36,2%) com hipertireoidismo subclínico e 35 (50,7%) manifesto, tempos medianos para normalização do TSH foram de 2,1 e 3 semanas, respectivamente, enquanto a normalização de hCG se deu em mediana de 12 e 13,5 semanas, respectivamente. Nas mulheres com hipertireoidismo manifesto, o tempo mediano para normalização do T4L foi de 2 semanas. Conclusões: AU >16cm , >IG e cistos de ovário >6cm foram preditores de hipertireoidismo na apresentação da MHC. AU >IG e cistos de ovário >6cm foram fatores associados com hipertireoidismo subclínico e ainda mais fortemente associado com manifesto. O melhor ponto de corte de hCG para predição de hipertireoidismo manifesto foi 806.562,00 UI/L. Normalização dos hormônios da função tireoidiana ocorreu entre 2 e 3 semanas após esvaziamento uterino em pacientes com hipertireoidismo, subclínico ou manifesto.