Aspiração manual intrauterina versus aspiração elétrica no tratamento da gestação molar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silveira, Lilian Padrón
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/12698
http://dx.doi.org/10.22409/PPGCM.2019.d.013351775784
Resumo: Introdução. A gestação molar é a forma mais comum de doença trofoblástica gestacional (DTG). A importância clínica da gestação molar é o risco de progressão para a neoplasia trofoblástica gestacional (NTG), além das complicações clínicas associadas. Na suspeição de gravidez molar, o tratamento inicial é o esvaziamento uterino de todo o conteúdo trofoblástico realizado por aspiração a vácuo: elétrica ou manual. A aspiração elétrica a vácuo é o método atualmente preconizado. Entre os 38 Centros de Referência de DTG no Brasil, a aspiração elétrica é utilizada em apenas 27%, enquanto 70% emprega a aspiração manual intrauterina. Isso reflete as restrições legais no uso do aspirador elétrico, associado a interrupção eletiva da gestação, no Brasil e na América Latina. Os estudos existentes comparando as duas técnicas são realizados em casos de perda gestacional precoce, onde a gestação molar, por sua raridade, está mal representada. Objetivo. Avaliar o esvaziamento uterino de pacientes com gestação molar, comparando a aspiração manual com a aspiração elétrica. Métodos. Trata-se de estudo coorte restrospectivo de pacientes com gravidez molar acompanhadas no Centro de Doenças Trofoblásticas do Rio de Janeiro, de janeiro de 2010 a dezembro de 2016. Os desfechos primários foram o esvaziamento uterino incompleto, perfuração uterina, desenvolvimento de sinéquia uterina e ocorrência de neoplasia trofoblástica gestacional. Os desfechos secundários foram os resultados peri-operatórios (tempo de cirurgia, taxa de hemotransfusão, alteração da hemoglobina e duração da internação) e o curso clínico da neoplasia trofoblástica (escore de risco prognóstico, presença de metástases e a necessidade de quimioterapia com múltiplos agentes). Resultados. Das 1.727 pacientes com gestação molar, 1.206 foram submetidas à aspiração elétrica e 521 foram submetidas à aspiração manual. Após a normalização da gonadotrofina coriônica humana, as pacientes com gestação molar foram acompanhadas por 6 meses e, as pacientes tratadas por neoplasia trofoblástica gestacional, foram acompanhadas por 12 meses. Os fatores de risco basais para neoplasia trofoblástica gestacional e as características demográficas foram semelhantes entre os grupos de tratamento. Houve menor ocorrência de sinéquia uterina após a aspiração manual em relação a aspiração elétrica, 6 de 521 versus 63 de 1.206 (odds ratio ajustado [OR] 0,21, IC 95% 0,09-049), apesar de não haver diferenças na ocorrência de esvazimento uterino incompleto, 65 de 521 versus 161 de 1.206 (OR ajustado 0,93, IC 95% 0,69-1,27), desenvolvimento de neoplasia trofoblástica gestacional pós-molar, 90 de 521 versus 171 de 1.206 (OR ajustado 1,26, IC 95% 0,96-1,76) ou necessidade de quimioterapia com agentes múltiplos, 22 de 521 versus 41 de 1.206 (OR ajustado 0,81, IC 95% 0,73-1,28).Conclusão. A aspiração manual intrauterina parece ser semelhante a aspiração elétrica para o tratamento da gestação molar e pode estar associada a menor ocorrência de sinéquia uterina