Aluno com deficiência em grêmio estudantil: um programa de formação visando a sua participação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Oliveira, Cássia Aparecida Magna
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
TEA
ASD
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181531
Resumo: O presente estudo refere-se à formação do aluno com deficiência visando à sua participação no grêmio estudantil, o que representa um desafio à escola, quando se pensa uma educação na perspectiva Inclusiva e de Gestão Democrática. Nesse sentido os objetivos deste estudo foram: analisar o efeito de um programa de formação com atividades didático-pedagógicas no desenvolvimento da autonomia e da participação no grêmio estudantil e, de forma específica, mapear a participação de alunos com deficiência nos grêmios estudantis das escolas de uma Secretaria Municipal de Educação, em uma cidade do interior de São Paulo; identificar esses alunos em turmas de quarto ano do ensino fundamental I; analisar a participação deles nas atividades didático-pedagógicas sobre grêmios; descrever sua participação no grêmio estudantil, verificar os indicativos de participação nas atividades, na concepção dos alunos com deficiência; e elaborar uma cartilha digital com atividades didático-pedagógicas para estimular a participação desses alunos no grêmio estudantil. O percurso metodológico foi realizado por meio de uma pesquisa de cunho qualitativo e delineamento a partir da pesquisa-intervenção, que contou com seis fases para sua construção. A primeira fase caracterizou-se pelo mapeamento nas escolas, por meio de análise de materiais e com questionários sobre a existência de alunos público-alvo da educação especial (PAEE) no grêmio estudantil, entre 2013 e 2017. A segunda pautou-se em identificar em quais escolas estavam os alunos com deficiência, especificamente em salas de 4º ano. A terceira foi caracterizada pelo programa de formação de alunos do 4º ano, a partir de atividades didático-pedagógicas. A quarta pautou-se na participação do aluno no grêmio estudantil eleito em uma das escolas pesquisadas. A quinta centrou-se no levantamento da concepção do aluno com deficiência, em relação à sua participação tanto no programa de formação quanto no grupo do grêmio. E por fim, na sexta fase foi elaborada uma cartilha com atividades didático-pedagógicas para a sala de aula e nos grêmios. Os principais resultados demonstraram que, no período entre 2013 e 2017, ocorreram grêmios nas escolas da Secretaria Municipal de Educação, porém, sem a participação do aluno PAEE. O programa de formação possibilitou evidenciar vários episódios de participação dos alunos tanto em sala de aula, quanto no grêmio em escolas, em que alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) fizeram parte. Ainda foi possível verificar, na concepção dos alunos, o reconhecimento da sua própria participação. As conclusões deste estudo apontam que a escola ainda precisa avançar muito na democratização das relações escolares, transcendendo a ideia de concessão para uma prática democrática, em que se legitima o direito de participação de todos, incluindo o aluno PAEE. Outra constatação foi que o programa de formação com atividades didático-pedagógicas contribui para a participação dos alunos e possibilita a eles maior autonomia. Visto que há escassez na literatura sobre a temática e que este estudo é um dos primeiros a ser realizados e outras pesquisas seriam necessárias a fim de aprofundar o tema e ainda pensar em novas questões a partir do seu desdobramento.