Do manejo da vegetação à produção de alimentos: um olhar sobre a sociobiodiversidade no Sertão do Ubatumirim

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Kenia Cristina Barbosa [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/259048
Resumo: Este trabalho analisa as transformações da sociobiodiversidade no Sertão do Ubatumirim, território tradicional caiçara no litoral norte de São Paulo, em meio a pressões socioambientais e econômicas. O conceito de sociobiodiversidade, utilizado como eixo central da análise, reflete a relação complexa entre biodiversidade e práticas culturais. O objetivo principal foi compreender como as comunidades locais têm enfrentado transformações impostas pela especulação imobiliária, turismo de massa e restrições relacionadas às políticas ambientais, além de documentar as práticas tradicionais e explorar as estratégias de resistência. A pesquisa foi conduzida por meio da metodologia de Pesquisa-Ação Participante, com envolvimento ativo da comunidade. A coleta de dados foi realizada por meio de conversas, relatos orais e formulários preenchidos por 29 produtores locais, além da análise de documentos institucionais. A metodologia possibilitou uma análise aprofundada das práticas produtivas caiçaras e de como essas práticas têm se adaptado às mudanças, incluindo o manejo agroflorestal, o extrativismo sustentável e a implementação de quintais agroecológicos. Os resultados revelam que, apesar das adversidades, as práticas tradicionais permanecem essenciais para a subsistência das famílias e a conservação da biodiversidade local. A pesquisa destacou o papel crucial de políticas públicas, como o PNAE e o PAA, no fortalecimento da autonomia produtiva de comunidades rurais. Contudo, desafios relacionados à criminalização das práticas agrícolas e à perda de território continuam ameaçando o modo de vida tradicional. Concluiu-se que a sociobiodiversidade do Sertão do Ubatumirim é uma manifestação resiliente de práticas culturais em interação com o ambiente, cuja preservação depende de políticas públicas inclusivas que reconheçam o valor das práticas agroecológicas e dos modos de vida tradicionais frente às pressões do capitalismo contemporâneo.