Magnitude do custo energético da ativação do sistema imune em morcegos: efeitos sazonais e da restrição alimentar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Cabrera-Martinez, Lucia Velarde [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/144698
Resumo: Um dos componentes da resposta imune inata é a resposta de fase aguda (RFA), a qual tem como objetivo restabelecer a homeostase e promover a cura de um organismo através de uma serie de alterações fisiológicas que podem acarretar num alto gasto energético. Algumas das alterações são aumento da taxa metabólica, temperatura corpórea (febre) e granulócitos no sangue (eosinófilos, basófilos e neutrófilos). Os animais podem também apresentar anorexia, diminuição da atividade e perda de massa corpórea, minimizando o gasto de energia durante a ativação da RFA. Em situações de aumento da demanda de energia e diminuição da ingestão calórica, os organismos estão sujeitos a uma deficiência nas reservas energéticas, a qual poderia dificultar o combate efetivo contra patógenos. Nos induzimos a ativação da RFA em morcegos frugívoros da espécie Carollia perspicillata por meio de injeção de lipopolissacarídeo (LPS). Quantificamos o custo energético da RFA e como o mesmo é afetado pela sazonalidade (inverno e verão) e disponibilidade de alimento (restrição alimentar e alimentados ad libitum). A perda de massa corpórea durante a RFA foi significativa em ambas as estações, porém apenas em morcegos em restrição alimentar, provavelmente devido a que nos morcegos em restrição alimentar foi necessária a mobilização de reservas energéticas, enquanto que morcegos alimentados ad libitum cobriram parte do custo da RFA através da mobilização de carboidratos ingeridos horas antes do experimento. Não observamos febre nem leucocitose, contudo, a razão neutrófilo/linfócito (N/L) teve aumento significativo unicamente em morcegos em restrição alimentar e durante o inverno. Este último parâmetro é também um indicador de estresse, o que sugere que à combinação de baixa disponibilidade de alimento e aumento na demanda energética para termoregulação durante o inverno pode ser uma situação estressante para estes morcegos. Aparentemente os morcegos deste grupo conseguiram ativar uma RFA, porém não foi possível mensurar se a efetividade da mesma foi comprometida. O custo energético da RFA não diferiu entre grupos experimentais. Nossos dados mostram que o custo da ativação da RFA em C. perspicillata é baixo (1% do orçamento diário de energia). Portanto, mesmo em situações onde existe maior demanda de energia e baixa disponibilidade de alimento, C. perspicillata ainda é capaz de ativar uma RFA, e consequentemente, manter a imunocompetência sem comprometer o seu orçamento de energia.