Impacto da restrição de sono na ativação e diferenciação de células B-1.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Vidal, Andrey Sladkevicius [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/65681
Resumo: Células B-1, um subtipo de linfócitos B, estão presentes nos tecidos linfoides e nas cavidades peritoneal e pleural. Apresentam a capacidade de produzir anticorpos naturais e induzíveis, secretam citocinas, podem fagocitar patógenos, migrar para foco inflamatório inespecífico e modular a resposta imunológica. No entanto, aspectos da fisiologia dessas células como o seu papel em situação de estresse (por exemplo na privação e/ou restrição de sono), ainda não foram esclarecidos. Dessa forma, esse trabalho teve por objetivo avaliar a ativação e diferenciação de células B-1 murinas em contexto de restrição de sono. Para tanto, grupos de camundongos machos da linhagem C57BL/6 foram submetidos ao protocolo de 18h de restrição de sono por 21 dias, sendo cada grupo infectado por diferentes micro-organismos ao vigésimo dia: Escherichia coli (bactéria), Candida albicans e Paracoccidioides brasiliensis (fungos). Então, células B-1 peritoneais desses animais foram purificadas e avaliadas quanto expressão de marcadores de ativação (CD80, CD86, CD40 e MHC-II), produção de moléculas microbicidas (NO e ROS) bem como expressão dos genes de citocinas (IL-6, IL-10, IL-12 e TNF-α), TLRs (2, 6, 9) e fatores de comprometimento linfoide e mieloide (EBF, E2A, IL-7R, G-csfr, M-csfr e Spi1). Nossos resultados mostraram que para todos os modelos de infecção, a restrição de sono estimulou em pouco ou nada a expressão de CD40, CD80, CD86, e MHC-II em células B-1. A produção de moléculas microbicidas por sua vez foi maior nos animais restritos de sono infectados com P. brasiliensis (NO) e C. albicans (ROS). Ainda, os resultados da expressão de genes de TLRs mostraram que nos modelos infectados com fungos houve aumento na expressão de TLR-2. Foi observado também que a expressão dos genes de citocinas foi maior em animais restritos infectados com P. brasiliensis (IL-12) e C. albicans (IL-12, IL-6 e TNF-α). Os dados de expressão dos genes de comprometimento de linhagem mostraram que para todos os modelos de infecção, foi observada polarização de células B-1 para perfil mieloide nos animais restritos de sono. Em conjunto, os resultados obtidos trazem importantes informações acerca das células B-1 e sugerem que a restrição de sono por si só pode influenciar a ativação e diferenciação dessas células, porém tais mudanças dependem do tipo de estímulo de infecção, ressaltando ainda mais a importância de estudos que avaliem alterações imunológicas decorrentes da restrição do sono.