O abraço do medo: violência e identidade na obra de Lygia Bojunga

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Laranja, Michelle Rubiane da Rocha [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/136191
Resumo: Quando se trata de violência, não é exagero dizer que todos estamos de alguma forma envolvidos. Salvo pouquíssimas exceções, quem não a pratica ou a sofre, testemunha algum ato de violência, físico ou moral. Acreditamos que uma característica da literatura é retratar os problemas que afetam o ser humano, como é o caso da violência. Por meio da leitura de obras literárias, o homem dialoga com o mundo e consigo mesmo. Assim, problemas de diversas naturezas emergem de maneira distinta para cada leitor, num movimento possível de catarse. O objetivo geral deste trabalho é destacar formas de manifestação da violência na obra de Lygia Bojunga. Buscamos as marcas da violência não apenas nas ações das personagens – expressas desde o autoritarismo familiar até o estupro e o assassinato –, mas também no dizer performático de personagens e narradores. Nosso corpus é composto das vinte e duas obras publicadas por Bojunga, analisadas a partir do estabelecimento de diálogos entre elas, considerando três aspectos da violência – autoritarismo, desigualdade socioeconômica e gênero. Por meio de uma leitura interdisciplinar, embasada nos Estudos Subalternos, analisamos a literatura vinculada à ideologia em cada livro, envolvendo, dessa forma, os contextos histórico, social e político. Mostramos que, diante de crises existenciais geradas pela violência do embate entre o eu e o outro – responsáveis por constantes transformações identitárias –, personagens e narradores questionam a estrutura hierárquica, em meio a situações hostis, a que sujeitos subalternos são expostos.