Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Thomazi, Ana Luiza Leite Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/242583
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Resumo: |
Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) é considerada um importante problema de saúde pública mundial em decorrência do expressivo aumento nas taxas de incidência e prevalência, associado a um custo social e econômico elevadíssimo e risco 10 vezes maior de morte prematura por doença cardiovascular (DCV). Além da HAS e do DM, a alteração da microbiota intestinal normal (disbiose), a inflamação, a toxicidade urêmica e o estresse oxidativo também desempenham um papel na patogênese da DRC, assim como nas complicações associadas à doença. Dentre os diversos sintomas clínicos que podem desencadear com sua evolução, a constipação intestinal é uma delas, e pode estar relacionada ao quadro de disbiose encontrado nesses indivíduos. Considerando que nos estágios mais avançados da DRC o tempo de trânsito intestinal é aumentado, um maior consumo de fibras alimentares poderia beneficiar essa população. Considerando os efeitos positivos das fibras dietéticas na melhora da constipação intestinal e na composição de adequado metabolismo da microbiota intestinal, conhecer seus efeitos na população com DRC em estágio terminal, bem como as quantidades suficientes para desencadear melhora do trânsito intestinal podem proporcionar benefícios interessantes e vantajosos. Objetivo: Avaliar o efeito da suplementação com fibra alimentar em pacientes com DRC estágio V não dialítico, na melhora da constipação intestinal. Pacientes e Métodos: Trata-se de ensaio clínico analítico experimental com controle histórico, que avaliou pacientes com DRC estágio V (fase pré-dialítica) acompanhados ambulatorialmente. O estudo foi conduzido ao longo de 60 dias consecutivos, sendo incluídos 22 pacientes. Todos receberam 10g de fibra alimentar, contendo goma guar e inulina, uma vez ao dia pela manhã, durante 60 dias consecutivos. Antes e após a intervenção, foi aplicado protocolo de avaliação nutricional, composto por protocolo de avaliação nutricional e constipação intestinal, antropometria, ingestão, anamnese alimentar e exames bioquímicos. Durante todo o acompanhamento, os pacientes foram contactados para checar a adesão ao uso das fibras alimentares. Resultados: Foram avaliados 22 pacientes, com média de 60,2 ± 13,8 anos e média de TFGe de 13,2mL/min/1.73 m². No momento da inclusão, em torno de 30% dos pacientes apresentaram constipação intestinal. A suplementação com fibra alimentar reduziu a prevalência de constipação intestinal avaliada pela escala de Bristol (31,5% versus 0%; p=0,0076). Ao longo do período de acompanhamento, não foi observada alteração do apetite. Houve redução da Proteína C-reativa (PCR) quando comparado antes e após a suplementação, sendo respectivamente 1,5mg/dL + 1,8 versus 0,7mg/dL + 0,2 (p=0,0406). Em relação aos parâmetros nutricionais, houve aumento do peso corporal (80,2kg + 17 versus 81,4kg + 16,5; p=0,0201) e Índice de Massa Corpórea (IMC) (29,4kg/m² + 4,5 versus 29,8kg/m² + 4,4; p=0,0286). Dos parâmetros avaliados pela bioimpedância, foi observado um aumento nas quantidades de água corporal total (40,7L + 8,0 versus 42,6L + 7,6; p< 0,0001), água intracelular (22,0L ± 4,8 versus 22,8 ± 4,6; p=0,0249) e água extracelular (18,7L ± 3,9 versus 19,8L ± 3,9; p=0,0004). Conclusão: A suplementação com fibras sintéticas em pacientes portadores de DRC na fase pré dialítica, foi capaz de reduzir a prevalência da constipação intestinal sem interferir na piora do apetite. Além disso, apresentou efeito adicional na manutenção da função renal e redução da inflamação. |