Uma análise do conceito antropológico do outro na obra do escritor Augusto Emílio Zaluar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Smaniotto, Edgar Indalecio [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/89581
Resumo: Este trabalho trata do conceito do outro enquanto um termo antropológico. Seu principal objetivo é mostrar a absorção e uso deste conceito na obra O Dr. Benignus de Augusto Emílio Zaluar (1826-1882) num momento em que a repercussão do pensamento europeu era absolvida por escritores e intelectuais brasileiros no século XIX, especialmente a daquele pensamento que trata da ciência das diferenças entre os homens, isto é, do outro, do alienígena. Analisando a obra O Dr. Benignus, observamos as formas distintas com que o conceito do outro foi interpretado pelo escritor brasileiro. Pelo menos três formas diferentes foram encontradas na obra para representar o conceito do outro: a experiência do personagem William River antropólogo que não consegue sair do mundo do outro; a defesa de uma teoria monogenista autoctonista que assimila o nativo americano ao mito do Brasil como país onde a humanidade teve sua origem tornando este outro parte da cultura dominante; e a representação do outro civilizado no personagem do alienígena. Através da revisão da literatura especializada, seja em antropologia, história da ciência ou ficção, apresentamos uma reconstrução histórica do pensamento de Augusto Emílio Zaluar, delimitando seu papel na divulgação da nascente ciência das diferenças entre os homens e dos usos que ele dá ao conceito antropológico do outro . Para além de uma discussão no campo da história da ciência das diferenças entre os homens, nossa análise nos levou a tecer uma linha entre a representação do outro que Zaluar faz na forma com que apresenta o alienígena como personagem de sua ficção, e a forma com que este ainda permanece como um mito cultural na ficção científica brasileira moderna, identificando tanto a continuidade quanto a superação da forma com que o outro é representado na literatura brasileira, sempre pela perspectiva da antropologia.