A violência no contexto escolar: representações de alunos do ensino fundamental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Barbosa, Tatiana Aparecida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/157400
Resumo: A violência é um fenômeno presente nas relações sociais historicamente estabelecidas e explicadas a partir de determinações culturais, políticas, econômicas e psicossociais, imanente às sociedades humanas, enraizada em nossa cultura e em nossa memória. Pode se manifestar de diversas formas e em diferentes circunstâncias, inclusive no espaço escolar, local tido como lócus de desenvolvimento, aprendizagem e convivência, que pode tornar-se também lugar de produção e reprodução da violência, tanto das mais aparentes (física, verbal, patrimonial), quanto das mais sutis (institucional, psicológica, simbólica), que por mais difíceis de serem evidenciadas, devido à imaterialidade dos atos, podem causar danos emocionais ao desenvolvimento de crianças e adolescentes. Os estudos apontam que a representação da violência está geralmente associada à falta de diálogo, e às agressões verbais e físicas, constantemente observadas na resolução de conflitos, provocados pela disputa de poder ou dificuldades interpessoais nas relações cotidianas escolares aluno/aluno ou professor, gestor/aluno. O problema que se coloca nesta pesquisa, dada sua temática, diz respeito a quais representações possibilitariam os estudantes perceber uma violência mais sutil, como a violência psicológica, verificada pelas modalidades humilhação e discriminação/rejeição na relação professor-aluno? Nesta perspectiva, este trabalho investigou as representações dos discentes do Ensino Fundamental I, de uma escola do interior de Minas Gerais,sobre a violência psicológica no contexto escolar, através da observação do cotidiano da sala de aula e de entrevista semiestruturada com 115 alunos dos quartos e quintos anos, identificando quais representações estes possuem sobre a violência no cotidiano escolar, especificamente sobre a violência psicológica, e se estes percebem ou se sentem vítimas ou não de violência psicológica na relação interpessoal educacional com o professor. Os resultados preliminares indicam que a maioria dos alunos apresenta uma representação da violência vinculada à verificação de agressões físicas, isto é, a representação da violência está ancorada à violência física, tal como em atos de bater, chutar, machucar, brigar, empurrar, matar, esfaquear, inclusive no âmbito escolar. Devido a estas representações, notou-se que a violência psicológica é pouco percebida pelos discentes, visto não haver atos físicos visíveis e pela representação de que um professor não age com violência, tendo seus atos explicados e justificados como parte do processo de ensino, o que inclui as atitudes agressivas vindas deste profissional. Ademais, outros aspectos também foram mencionados pelos participantes, tais como violência entre pares, violência verbal e relatos de vivências pessoais. Poucos alunos conceituam a violência psicológica, nomeando-a por palavras como humilhação ou a definem a partir da percepção dos sentimentos despertados em si, a exemplo de sentimentos como mágoa e tristeza.