Relações interpessoais entre treinadores/as e atletas no futsal de mulheres

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pires, Bárbara Aparecida Bepler lattes
Orientador(a): Mourão, Ludmila Nunes lattes
Banca de defesa: Martins, Mariana Zuaneti lattes, Ribeiro Junior, Dilson Borges lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação Física
Departamento: Faculdade de Educação Física
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16570
Resumo: Este trabalho contextualizou as origens e desenvolvimento do futebol e futsal no Brasil e os modos como eles foram moldados por ideais patriarcais e marginalizando as mulheres. Apesar de todos os entraves sociais e legais impostos, elas seguem subvertendo as matrizes de inteligibilidade e lutando por espaços nas modalidades. Entretanto, as relações de poder estão imbricadas nesses ambientes esportivos e algumas delas são vítimas de casos de abuso e assédio. Considerando a importância dos/as treinadores/as nesse contexto, este estudo objetivou compreender como se estabelecem as relações interpessoais entre treinadores/as e atletas no futsal de mulheres. Essa pesquisa é de natureza qualitativa e o instrumento utilizado para a coleta de dados foi a entrevista semiestruturada. As participantes foram seis mulheres atletas de futsal de Juiz de Fora/MG e as entrevistas foram realizadas virtualmente, gravadas e posteriormente, transcritas. A análise de conteúdo temática foi escolhida como a técnica para as transcrições. Os resultados da pesquisa foram analisados em duas categorias: a) Violências protagonizadas por treinadores/as nas relações com atletas e b) Impactos das relações com treinadores/as na vida dos atletas. Os resultados mostraram que todas as participantes sofreram ou testemunharam algum tipo de violência no esporte, mas não relataram abuso ou assédio sexual. Observou-se que há uma naturalização de situações de assédio moral experenciadas por elas e que ainda não são suficientemente letradas em violências do esporte. Todas as atletas tiveram experiências positivas e negativas com seus/suas treinadores/as e demonstraram que todos/as impactaram suas trajetórias de vida de diferentes maneiras. As participantes destacaram como positivas suas relações com mulheres treinadoras. E, além disso, algumas destacaram os aprendizados e as relações de amizade construídas entre eles/as. Concluiu-se que há necessidade de prevenir e combater as situações de violência que ocorrem na modalidade; insistir no letramento das violências do esporte para atletas e treinadores/as; e, investir na formação de treinadores/as que querem trabalhar no futsal de mulheres, abordando as questões de gênero imbricadas na modalidade.