Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Souza, Daniela Dias de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/192554
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Resumo: |
O caráter destrutivo do capital resultou movimentações para a intensificação do debate ambiental na agenda internacional. Posteriormente a concretização de políticas, teoricamente, voltadas para conservação da natureza, guiadas pelo conceito de Desenvolvimento Sustentável, criou as condições necessárias para manutenção do modo de produção hegemônico, partindo da harmônia entre crescimento econômico e conservação ambiental. No Acre, é a partir de 1999 que concretiza-se o desenvolvimento sustentável enquando elemento político principal de gestão governamental da Frente Popular. Entre os vários projetos apoiados pelo Governo na época, estava a implementação de Programas de Redução de Emissões por Desflorestamento e Degradação (REDD), baseado na venda de carbono para países centrais como meio de garantir o processo de acumulação e expansão do modelo e legitimação da Economia Verde. No Seringal Itatinga, em Manoel Urbano, passa a ser território de implementação dessas políticas, oficialmente, no ano de 2010, com o Projeto Purus de Conservação de Florestas Tropicais. Todavia, os relatos de membros da comunidade afirmam que distante do que inicialmente se propõe, prioriza-se os interesses dos grandes financiadores e latifundiários envolvidos no projeto, formando um cenário de violações territorias, humanas e simbólicas ao impor um modelo de uso da terra que não condiz com o conhecimento tradicional e histórico da comunidade. Portanto, reproduz um modelo de desenvolvimento que utiliza de um discurso sustentável enquanto estratégia para controlar as formas de reprodução no território e dominação dos trabalhadores que necessitam se organizar diante das novas ameaças aos seus territórios em nome da intensificação da mercantilização da natureza, enquanto elemento de expansão do capitalismo e pilar da fratura metabólica entre homem e natureza por meio da política de compensação sem resultados concretos e ainda questionáveis, mas subsidiado por intensos investimentos e apoio de atores internacionais e locais. Logo, essa pesquisa tem como objetivo apresentar a forma com que o processo de implementação do Projeto Purus impôs a comunidade do Seringal Itatinga a tentiva sistemática de desarticulação da organização territorial dos sujeitos diante das violências impostas pelos agentes fiscalizadores do projeto e do Estado como nova ferramenta de manutenção da estrutura desigual do capitalismo e da manutenção do controle de terras por parte de figuras da elite agrária local. |