Atividade física habitual e mortalidade de pacientes atendidos pelo sistema único de saúde (SUS): 10 anos de acompanhamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Rafael Pereira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/243407
Resumo: A prática regular de atividade física exerce fator de proteção sob inúmeras doenças não transmissíveis e pode afetar a taxa de mortalidade da população. Logo, o objetivo desse estudo foi analisar a associação entre o nível de atividade física com a ocorrência de mortalidade de pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de estudo epidemiológico longitudinal, cujo acompanhamento se iniciou em 2010 na cidade de Bauru e teve sequência nos anos de 2012, 2014, 2016,2018 e 2020. A coleta de dados envolveu informações sobre: i) nível de atividade física, ii) estado nutricional, iii) tabagismo, iv) escolaridade, v) condição economica e vi) obesidade. Os dados descritivos foram apresentados em média, mediana, desvio padrão e intervalo de confiança de 95%. A associação entre mortalidade, nível de atividade física e seus determinantes foi analisada pelo teste qui-quadrado. O risco de mortalidade ao longo do tempo de seguimento foi identificada pela regressão de Cox e ajustada pelos fatores de confusão. As análises estatísticas foram realizadas no software SPSS, e o nível de significância adotado foi de 5%. No baseline foram avaliados 970 participantes, com média de 64,7 anos, já no último momento, foram avaliados 375 participantes, apresentando média de 72,5 anos. Além disso, ao longo do acompanhamento (10 anos), 209 casos de óbito foram registrados, sendo as doenças cardiovasculares a principal causa de morte. Baixo nível de atividade física habitual associou-se com a mortalidade (p= 0,001), assim como a atividade física ocupacional (p= 0,001). Presença de HA (HR=1.59 [1.09-2.33]), baixa escolaridade (HR=1.7 [1.06-2.96]), condição econômica (HR=1.66 [1.08-2.55]), sexo masculino (HR=1.77 [1.33-2.36]) e idade mais avançada (HR=2.52 [1.87-3.39]) se associaram a mortalidade, enquanto a elevada circunferência de cintura (HR=0.67 [0.50-0.89]) associou-se de forma inversa ao desfecho. No modelo de regressão foi possível observar que tanto a atividade física ocupacional (HR=1.97 [1.33-2.93]) quanto a atividade física habitual (HR=2.17 [1.42-3.30]) se mantiveram associadas a mortalidade, independente das variáveis de ajuste. Em análise estratificada por sexo, foi possível observar fator de proteção decorrente do maior engajamento em atividades físicas mais consistente no sexo feminino, embora também observado no sexo masculino. Conclui-se que a atividade física habitual e ocupacional se relacionaram, negativamente, com a mortalidade, independente das variáveis de confusão. Ademais, houve maior registro de morte e vulnerabilidade às doenças entre os homens.