Romance e experimentação com a linguagem em Boquitas pintadas, de Manuel Puig, e Onde andará Dulce Veiga?, de Caio Fernando de Abreu

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Alves, Wanderlan da Silva [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/99088
Resumo: Esta dissertação analisa o trabalho de experimentação formal com a linguagem dos mass media operada nos romances Boquitas pintadas (1969), do escritor argentino Manuel Puig, e Onde andará Dulce Veiga? (1990), do escritor brasileiro Caio Fernando Abreu. Tais romances se vinculam à trajetória de autoquestionamento da própria linguagem narrativa que, de certo modo, a literatura latinoamericana desenvolve desde os movimentos vanguardistas, nas primeiras décadas do século XX, e intensifica ao longo das fases de criação literária do boom de produção e de comercialização da narrativa latinoamericana, a partir dos anos 50-60 do século XX, aproximadamente (MONEGAL, 1968; RAMA, 2005). Pela mobilização consciente que ambos os romances fazem de procedimentos escriturais, textos, gêneros textuais e gêneros literários vinculados tanto à própria literatura quanto à linguagem dos mass media, que os agenciam com fins mercadológicos, suas narrativas se tornam representativas de dois momentos distintos da última fase de desenvolvimento do boom da literatura latinoamericana – o chamado pós-boom. Por meio de procedimentos escriturais que transpõem outras linguagens para o campo da escrita literária, as narrativas expressam uma concepção ampla do fazer literário, das contribuições formais que os mass media e sua linguagem podem oferecer à narrativa contemporânea e da função social que podem exercer na literatura latinoamericana: possibilidade de avaliação e questionamento dos códigos, símbolos e valores que constituem os mitos da sociedade de consumo, na América Latina. Boquitas pintadas e Onde andará Dulce Veiga? potencializam, então, no corpo de sua linguagem, uma leitura crítico-paródica (HUTCHEON, 1985; 1991) da história social a que sua produção literária se vincula, ao mesmo tempo em que recuperam linguagens (como a linguagem cinematográfica...