Reinações na Jecatatuásia: aspectos estético-sociológicos da arte segundo Monteiro Lobato

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Luiz, Fernando Teixeira [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Art
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/94051
Resumo: Partindo da hipótese de que é possível flagrar nos textos de Monteiro Lobato (1882-1948) a manifestação de um particular pensamento estético, a presente pesquisa tem o objetivo de rastrear as declarações sobre arte, literatura, leitura e literatura infanto-juvenil assinaladas em sua produção ao longo de mais de quarenta anos de intensa militância intelectual (1903- 1948). Nesse sentido, pretende-se efetuar o levantamento, a seleção e a análise de trinta e quatro publicações literárias – abarcando o que convencionalmente se designou como “literatura geral” e “literatura infantil” – bem como seis coletâneas de ensaios jornalísticos e três volumes de cartas editadas pela Brasiliense. De modo geral, parte-se do conjunto de reflexões articuladas na mocidade – reunidas posteriormente no título Literatura do Minarete (1948) – passando pelas publicações incisivas de 1915 a 1919, e estendendo-se até os textos mais moderados contemplados nas décadas de 30 e 40. Assim, os dados desse estudo serão obtidos, compilados e organizados sistematicamente com base nas orientações da crítica especializada e nas biografias que se centram no itinerário do criador de Emília. Considerando esse quadro, a análise do material coletado permite identificar algumas diretrizes que regem suas convicções teóricas, como: a) a retórica iluminista em sintonia com o discurso republicano finissecular, centrada no anseio de “esclarecer” as diversas camadas sociais; b) o nacionalismo regenerador; c) a filiação aos pressupostos naturalistas; d) a valorização de uma perspectiva dialógica de leitura; e) a concepção de livro como mercadoria; f) a crença na educação como meio de redenção do país; g) o pacto com os princípios do movimento escolanovista; h) a ênfase à adaptação de clássicos universais e, paralelamente, o mote de democratização da cultura. Por outro lado, os registros deixados por Lobato, evidenciando múltiplas contradições, agregam a adesão a uma diversidade de correntes filosóficas, insistem na subversão aos padrões estrangeiros e acentuam um fértil diálogo com inúmeros sistemas culturais, exaltando modelos que transitam do erudito ao popular, do central ao periférico, do canônico ao não canônico.