Comunidades tradicionais e educação ambiental: um estudo a partir de teses e dissertações brasileiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Sánchez, Laura Del Pilar Jiménez [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204315
Resumo: A presente pesquisa teve por objetivo analisar teses e dissertações brasileiras em Educação Ambiental com comunidades/populações tradicionais, identificando as compreensões que as pesquisas veiculam em relação aos termos “comunidades/populações tradicionais”, e as denominações usadas para identificar os grupos sociais foco das produções. Esta pesquisa, de natureza qualitativa, e do tipo “estado da arte” está inserida no âmbito do projeto “EArte: Estado da Arte da Pesquisa em Educação Ambiental no Brasil”. Para atingir os objetivos fez-se uma seleção das teses e dissertações encontradas no banco do Earte com as produções até 2016, e no banco da Capes e da BDTD a partir de 2017. O corpus documental final constituiu-se de vinte e nove trabalhos, sendo cinco teses de doutorado e vinte e quatro dissertações de mestrado. No decorrer da pesquisa, múltiplas relações foram estabelecidas entre a temática ambiental e as comunidades/populações tradicionais, uma vez que, segundo os documentos analisados, praticamente todas as problemáticas vivenciadas por estes grupos tem relação com questões ambientais, seja pela sua relação direta com os recursos, seja pela luta por seu território, entre outros apontamentos. Isto reforça a visão de que sociedade e natureza estão interligadas e em relação profunda, modificando-se mutuamente. No atual contexto político, estudos com as comunidades tradicionais são importantes dada o aprofundamento das desigualdades e o enfraquecimento das políticas públicas e dos órgãos de acompanhamento e fiscalização das comunidades e do meio ambiente, que se veem a mercê da privatização, fatores identificados nas teses e dissertações. Porém, é necessário rever a forma de produzir conhecimento, uma vez que a ciência hegemônica invisibilizou os saberes tradicionais por não se adequarem as suas teorias e métodos. Para tal também é importante lutar para que as próprias comunidades façam parte ativa da construção do conhecimento, deixando o lugar de atores passivos dos estudos e ocupando também as instituições de ensino superior. Cabe ressaltar que, na busca pela valorização de referenciais teóricos que fogem do eixo da ciência hegemônica eurocêntrica, esta pesquisa buscou se fundamentar majoritariamente em autoras e autores decoloniais, da América Latina, África e Oriente.