Uso de opioides contínuo em UTI neonatal terciária: estudo de série de casos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Cafeo, Fernanda Ramires
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/236851
Resumo: Introdução: A necessidade de controle da dor em recém-nascidos (RN) criticamente doentes tem levado ao uso mais liberal de opioides, aumentando a preocupação com a síndrome de abstinência iatrogênica (SAI). Objetivos: Determinar a incidência do uso contínuo de opioides e da SAI em RN internados na UTI Neonatal (UTIN); descrever o perfil desses RN; identificar qual o critério utilizado para diagnóstico da SAI. Métodos: Estudo longitudinal, retrospectivo, na UTIN do HC FMB UNESP, entre janeiro de 2015 a dezembro de 2016, após aprovação do comitê de ética. Foram incluídos RN internados na UTI, independente de peso de nascimento, idade gestacional e local de nascimento, que receberam opioides endovenoso contínuo, por ao menos 24 horas. A amostra foi de 39 RN que preencheram critérios de inclusão. Foram estudadas variáveis maternas, do parto, dos RN e dados da analgesia que foram comparados entre RN com e sem SAI. A estatística foi descritiva com comparação de grupos por testes paramétricos e não paramétricos, com significância de 5%. Resultados: No período foram admitidos na UTIN 620 RN e destes, 39 (6,3%) fizeram uso de opioides contínuo, que em 95% dos casos foi o fentanil. Houve uso concomitante de midazolam em 66% dos casos. A SAI ocorreu em 4 RN (10,2%) e não foram encontrados no prontuário os critérios utilizados para o seu diagnóstico. A maioria dos RN eram prematuros, de baixo peso ao nascer, portadores de malformações congênitas, submetidos a procedimentos cirúrgicos. Dentre os 4RN que apresentaram SAI, 50% eram cirúrgicos, um deles usou morfina e os demais utilizaram fentanil e todos fizeram uso de midazolam por mais de uma semana, com necessidade de aumento da dose, e com retirada rápida, menor de 5 dias. O tratamento farmacológico com metadona ocorreu em metade dos casos. Conclusões: O uso de opioides contínuo foi baixo, mas a incidência de SAI foi alta, embora esse dado ainda possa estar subdiagnosticado pela falta de critérios diagnósticos objetivos registrados no prontuario. A maioria dos RN foram prematuros, de baixo peso ao nascer, malfomados e submetidos a cirurgia. Entre os abstinentes, o uso de opioide foi prolongado, com necessidade de aumento de dose, uso concomitante de midazolan e retirada não gradual. Protocolo de diagnóstico e tratamento de SAI se faz urgente e necessário.