Saberes pedagógicos na formação de professores em São Paulo (1890 – 1920)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Laís Marta Alves da [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/182108
Resumo: A presente dissertação tem como propósito apresentar resultados de pesquisa que teve como objetivo analisar as formas pelas quais os saberes pedagógicos se constituíram nas Escolas Normais paulistas. Tais saberes eram ensinados por meio das matérias pedagógicas do currículo escolar, da observação de práticas docentes em escolas primárias e por meio de livros e periódicos presentes na biblioteca escolar. Ao conjunto de saberes e práticas que apresentava elementos de como ensinar, ao futuro professor, compreendemos aqui como formação pedagógica, desde a organização da escola e da sala de aula até a aplicação de métodos de ensino. O ponto de partida da pesquisa foi a Reforma Caetano de Campos (1890) que determinou as cadeiras e matérias da Escola Normal da Capital, com a Escola Modelo como local de aplicação do método intuitivo. Dentro do recorte temporal, tivemos como locus de formação de professores no estado, além da Escola Normal da Capital, as Escolas Complementares (1893-1910) e as Escolas Normais Primárias e Secundárias (1911-1920). Em 1920, fechando o recorte com a Reforma Sampaio Doria, ocorreu a unificação das Escolas Normais, num único modelo. Como aporte teórico tomamos o conceito de cultura pedagógica que, segundo Marta Carvalho (2000) “são estilos distintos de organização do campo dos saberes representados como necessários à prática docente”. Outra referência importante é o de modelo escolar paulista (CARVALHO, 2011), segundo o qual a autora denomina como “modelo produzido por uma pedagogia, uma política e uma estratégia de formação docente articuladas com o primado da visibilidade.” Na análise empreendida é possível observar que se por um lado há pouca presença de matérias pedagógicas, por outro lado a observação do trabalho docente e a implantação da biblioteca escolar nas Escolas Normais e Complementares possibilitava o aprofundamento da formação. Desta maneira, as matérias do currículo, a Prática Pedagógica e os impressos presentes na biblioteca escolar são fatores importantes que compõem este conjunto de elementos que constituía a formação de professores. Foi possível constatar a importância de tais elementos para a formação pedagógica dos professores e notar que os três juntos compõem um quadro de formação dos futuros professores. Foi possível evidenciar a buscar por um saber prático nesse momento, em que ensinar estava relacionado a cópia de “bons modelos” e para a realização desse feito, os republicanos utilizaram além dos currículos, apoiando-se também nas bibliotecas, utilizando-as como espaço de aulas e dos periódicos como veículos de circulação dos saberes ensinados em tais instituições.