Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Sene, Marcus Garcia de [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/153166
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Resumo: |
A temática apresentada neste trabalho insere-se dentro do campo da Sociolinguística Educacional (BORTONI-RICARDO, 2005), do continuum entre fala e escrita assumido e defendido por Marcuschi (2000) e dos estudos de atitudes linguísticas em relação ao ensino de língua (SANTOS, 1996; CYRANKA, 2007). Nesse sentido, pretendemos identificar, descrever e analisar alguns fenômenos fonéticos-fonológicos que emergem nas redações dos alunos do Ensino Fundamental II, mais especificamente de alunos do 6o ano de três escolas públicas de Araraquara/São Paulo. Para a coleta das redações, foi elaborada uma proposta de narração adequada à série escolar dos participantes da pesquisa e, com ela, um questionário simples de perfil social foi aplicado, para conhecer, brevemente, os informantes. Os fenômenos pesquisados são desvios ortográficos de natureza fonéticofonológica, especialmente aqueles que são originários dos hábitos da fala e que surgem na escrita. Os desvios ortográficos encontrados foram separados em 02 tipos, sendo o (i) relacionado à própria natureza arbitrária do sistema de convenções ortográficas e (ii) aqueles decorrentes da transposição dos hábitos da fala para a escrita. A fim de explicitarmos o funcionamento dos fenômenos pesquisados, seguimos os pressupostos enumerados e discutidos por Cagliari (2002), Bortoni-Ricardo (2005), Seara, Nunes e Lazzarotto-Volcão (2011) e Mikaela-Roberto (2016). Após a coleta e diagnose dos desvios ortográficos, fizemos uma sondagem das atitudes dos professores por meio de um teste de atitudes linguísticas para verificarmos as reações subjetivas dos docentes em relação às produções escritas dos alunos. Nossas principais conclusões foram que os desvios do Tipo 1 apresentaram percentuais semelhantes entre as três escolas, na Escola A (38%), Escola B (29%) e Escola C (33%). Dos desvios do Tipo 2, os mais frequentes foram: apagamento do /R/ em posição de coda final de palavra, monotongação, neutralização, ditongação, aférese e a hiperssegmentação. No que diz respeito às atitudes dos professores de língua portuguesa, os resultados encontrados por meio do teste apontaram que os professores tem uma avaliação negativa em relação aos desvios ortográficos, o que implica na retomada da enraizada cultura do erro. Além disso, nem todos os educadores reagiram positivamente à relação biunívoca entre fala e escrita, de modo geral, eles acreditam que os alunos fazem uma cópia da fala no texto escrito. Com essas atitudes, foi possível concluir que os professores não diferenciam os tipos de desvios e não compreendem a variedade do aluno como motivadora para alguns dos desvios encontrados no texto. Notamos também a falta de ênfase na discussão das variedades linguísticas, em especial no que diz respeito à escrita dos alunos pode representar hipóteses sobre a ortografia e estas, em sua maioria, estão apoiadas na modalidade oral dos alunos. Com isso, torna-se fundamental que o professor sempre busque por uma formação continuada e, sobretudo, adote a pedagogia culturalmente sensível como uma prática diária na sala de aula. |