Kant e o fim da modernidade pré-crítica: os sonhos de um visionário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Girotti, Márcio Tadeu [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/93140
Resumo: A pesquisa pretende abordar os escritos da década de 1760, da filosofia kantiana, com o intuito de apontar quais os elementos de cunho crítico presentes nesses escritos, que desembocam na obra Sonhos de um visionário explicados por sonhos da metafísica (1766). No ano de 1763, com o Único argumento possível para uma demonstração da prova da existência de Deus e com o Ensaio para introduzir a noção de grandezas negativas em filosofia, Kant aponta para o papel da experiência na existência do simples possível e para o papel da oposição real para os acontecimentos da ordem fenomenal. Tem-se, por parte de Kant, uma preocupação com o estatuto da metafísica tradicional que se apoia em provas não concretas e busca, por meio de inferência e pelo princípio de contradição, mostrar a ordem do mundo e a existência do real. Nesse sentido, Kant começa a engendrar uma crítica ao racionalismo de cunho dogmático, em especial à escola Leibniz-wolffiana, tendo como influências as inovações da ciência newtoniana e o ceticismo de David Hume. Assim, é possível encontrar nos Sonhos de um visionário pistas que conduzem à interpretação da obra como um fechamento da filosofia pré-crítica de Kant, abrindo as portas para o criticismo presente na Dissertação de 1770, segundo o próprio autor (Carta a Tieftrunk em 1797). Tendo em vista a década de sessenta como um suposto período que configura o criticismo kantiano, a investigação busca, ainda, apontar os elementos que desembocam nos Sonhos e, a partir desse escrito, mostrar as consequências desses elementos para o contexto da própria Dissertação de 1770 e da Crítica da razão pura (1781). Ao final, esboçaremos uma reflexão acerca da existência ou não de um marco que separa a filosofia kantiana em período précrítico e crítico, tentando, ao menos, interpretar os escritos anteriores à Crítica da razão pura como escritos pré-Crítica e não mais como escritos