Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Camargo, Livia Souza Kretter de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/238261
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Resumo: |
Os serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) são destacados pela sua sensibilidade diagnóstica e alta capacidade resolutiva, mas ainda enfrentam o desafio de tornar a atenção à saúde bucal mais acessíveis para a população. Considerando as significativas mudanças organizacionais nos serviços de APS durante a pandemia da covid-19 e a ausência de estudos evidenciando seu reflexo nos atendimentos odontológicos, o presente estudo teve como objetivo avaliar o impacto provocado pelas mudanças organizacionais decorrentes da pandemia de covid-19 na atenção odontológica em um serviço de APS do interior paulista. Realizou-se um estudo de caso como método avaliativo, utilizando dados secundários provenientes dos registros de rotina da atenção à saúde bucal prestada em dois momentos (antes da pandemia, de 10/2019 a 11/2019 e de 01/2020 a 02/2020 e durante a pandemia, de 10/2020 a 11/2020 e de 01/2021a 02/2021). Coletou-se dos relatórios do sistema de informação em saúde municipal 18 variáveis de análise que foram agrupadas em dois domínios: Características dos atendimentos segundo os usuários (oito variáveis sobre sexo, ciclos de vida e situação gestacional) e Características dos atendimentos odontológicos (10 variáveis sobre informações gerais dos atendimentos, tipos de consulta e de procedimentos). Os dados foram analisados por meio do Teste de Proporção, considerando o nível de significância de p<0,05. Os resultados evidenciaram mudanças na atenção à saúde bucal durante a pandemia da covid-19, impactando na redução do atendimento de pessoas pertencentes a todos os ciclos de vida (crianças p=0,007; adolescentes p=0,002; adulto p<0,001; gestantes p<0,001), com exceção dos bebês (p=0,421) e idosos (p=0,193). Constatou-se, também, manutenção do número de primeira consulta odontológica (p=0,269) e aumento das consultas por demandas imediatas (p<0,001) e atendimento domiciliar (p=0,001), enquanto reduziram os outros tipos de consulta (retorno p<0,001 e conclusão do tratamento p=0,005) e todos os procedimentos ofertados pelo serviço de APS (p<0,001). Os procedimentos preventivos, seguidos dos conservadores, sofreram reduções maiores que os invasivos (78%, 45% e 34%, respectivamente). Tais resultados evidenciaram mudanças no acesso à atenção odontológica que devem ser consideradas diante do prolongamento do período pandêmico, ao mesmo tempo que demonstraram que as adaptações realizadas durante esse período podem contribuir para a ampliação do acesso à atenção odontológica em alguns territórios de difícil acesso, como em comunidades ribeirinhas. Reforçam, ainda, a necessidade de (re)organização da atenção à saúde bucal a partir de práticas ampliadas, que valorizem a promoção da saúde e a prevenção das doenças bucais, além da replicabilidade de estudos que abordem diferentes locais e contextos, permitindo análises que possibilitem aprofundar a compreensão sobre as adaptações realizadas no processo de trabalho durante a retomada dos atendimentos. |