O papel das tradições discursivas orais na escrita inicial no contexto do PEJA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Oliveira, Giovanna Coelho de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/257838
Resumo: Este trabalho, vinculado ao Projeto “Escrita e TD no ensino: da delimitação conceitual ao seu papel nos aspectos ocultos do letramento acadêmico” (FAPESP - processo 2022/028500), tematiza o papel que as tradições discursivas (Kabatek, 2005) orais desempenham durante o processo de aquisição da escrita, no contexto do Projeto para Educação de jovens e adultos (PEJA-UNESP/Assis). Ao assumir a relevância das tradições discursivas (TDs) orais no percurso de aquisição da escrita, objetiva-se examinar a maneira pela qual as tais TDs orais colocam-se na origem do processo em que o texto escrito se torna significante para um sujeito. Para tanto, adota-se um quadro teórico-metodológico assentado na hipótese de que o modo falado de enunciar constitui a gênese das relações entre o sujeito e o texto escrito (Corrêa, 1997). A análise qualitativa, de natureza abdutiva, está pautada na consideração conjunta de aspectos linguísticos e discursivos dos dados coletados via diário de campo e produções textuais escritas pelas educandas do PEJA, tomadas como práticas discursivas. Os resultados obtidos reforçam o pressuposto de que as práticas discursivas orais, caracterizadas em TDs que circulam no modo falado de enunciar, estão na origem das relações entre o sujeito e o (seu) texto escrito, mas apontam, igualmente, para a necessidade de se considerar, nos acontecimentos de escrita, o papel das TDs letradas, pelas quais as escreventes já circulam, regulado pela representação dos sujeitos adultos, em contexto do PEJA, acerca do código escrito institucionalizado. Desse modo, o trabalho com a escrita, iniciado em TDs orais, indicia, nos acontecimentos de escrita, o jogo com a heterogeneidade da linguagem e com o imaginário sobre escrita, a partir do encontro entre as práticas do oral/falado e do letrado/escrito, bem como a relação entre opacidade e transparência, uma vez que, somente pelo investimento na opacidade da língua, é possível contemplar os processos de produção de sentido em suas condições.