Uso corporativo do território e rendas do agronegócio: a atuação das corporações de agrotóxicos-sementes no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Amaral, Ana Flávia Marcondes do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/243367
Resumo: A agricultura científica se tornou a condição para produção da soja no Brasil após o final do século XX com o neoliberalismo e a globalização. Este modelo de produção agrícola é dependente da criação contínua de tecnologias e inovações, desenvolvidas e comercializadas principalmente por um pequeno número de corporações de agrotóxicos-sementes que comandam o mercado. Os sistemas técnicos baseados em sementes transgênicas e agrotóxicos passaram a ser essenciais na produção moderna, sobretudo no Brasil, onde o Estado e os produtores se tornaram dependentes das rendas geradas na produção de soja. Nesse contexto, o Estado, as corporações e os produtores formam uma aliança estratégica na busca pela renda do agronegócio gerada na produção de soja, onde as corporações por possuírem grande poder econômico, técnico e político conseguem influenciar os demais agentes na produção. O objetivo deste trabalho é analisar as formas de uso do território das corporações de agrotóxicos-sementes no território e como estas atuam na busca pela apropriação das rendas do agronegócio na produção de soja no Brasil, assim como, apontar as estratégias utilizadas pelas corporações na efetivação da apropriação das rendas do agronegócio e suas consequências para agricultura brasileira, frente a divisão internacional do trabalho. As estratégias utilizadas para acessar as rendas do agronegócio envolvem o uso corporativo do território pelas corporações de agrotóxicos-sementes, que vão da oligopolização do mercado, controle sobre a tecnologia e o processo produtivo, até a influência sobre o processo político e financiamento da produção. As corporações são as que mais se beneficiam das rendas geradas no processo produtivo da soja, como observado a partir das leituras e análise da série histórica de custos de produção. A apropriação gera a subordinação do produtor e implicações socioterritoriais tanto para a população como para o Estado.