Formação continuada de professores e gestores: o programa REDEFOR educação especial e inclusiva em foco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Lacerda, Lonise Caroline Zengo de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/152225
Resumo: A presente dissertação desenvolveu-se no interior da linha de pesquisa “Formação dos Profissionais da Educação, Políticas Educativas e Escola Pública” do Programa de PósGraduação em Educação, na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual “Júlio de Mesquita Filho” (FCT/UNESP). Sabe-se que as discussões e pesquisas na área de formação de professores e gestores voltados à promoção da inclusão em escolas públicas evidenciam crescente desafio quanto aos estudantes público alvo da Educação Especial, assim como dificuldades formativas para a prática profissional da docência. Nesse cenário, a Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) em parceria com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (SEE/SP), por meio da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores do Estado de São Paulo “Paulo Renato Costa Souza” (EFAP), com a criação de um Programa “Formação Continuada em Educação Especial e Inclusiva na Rede São Paulo de Formação Docente” (REDEFOR), desenvolveram um processo de formação continuada, na forma de curso de especialização em sete áreas do conhecimento, a saber: Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, Deficiência Auditiva, Física, Intelectual e Visual, Transtorno Global do Desenvolvimento e Altas Habilidade ou Superdotação. Os cursos foram desenvolvidos na modalidade a distância, com encontros presenciais, e mediado por tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC). O presente trabalho procurou lançar o olhar para seis participantes (duas professoras especialistas - Português e Educação Física, uma professora especializada - Serviço de Apoio Pedagógico Especializado (SAPE) e três gestoras - diretora, vice-diretora e coordenadora pedagógica) de uma turma que realizou o curso de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, com o principal objetivo de analisar se e de que forma a experiência de formação continuada vivenciada ao longo do processo foi traduzida por eles nas escolas públicas em que atuavam. Como eixo teórico norteador foi utilizado um referencial pautado na literatura sobre formação continuada de professores e gestores, educação especial, inclusão escolar e educação inclusiva. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa do tipo descritiva explicativa. Os dados foram obtidos durante a realização do curso, inicialmente do ambiente virtual de aprendizagem Moodle e, posteriormente, por meio dos trabalhos de conclusão do curso denominados Trabalhos Acadêmicos, considerados por nós como narrativas escritas. A análise dos dados foi orientada a partir da proposta de Miles e Huberman (1994) sistematizada por meio de uma proposta de análise de fluxo contínuo e simultâneo em três fases: redução, apresentação e conclusão/verificação. A análise consiste na seleção, delimitação a partir dos objetivos de pesquisa, condensação dos dados a serem utilizados, em seguida a apresentação com a organização e apresentação dos dados selecionados, e por último, a conclusão e verificação com a observação de regularidades e fluxos, a afim de identificar as descobertas propostas pela pesquisa. Os resultados apontam que com o desenvolver do curso de formação continuada houve o início da reflexão dos participantes quanto suas práticas nas unidades escolares, posições quanto ao que acreditam ser a base de uma educação na diversidade, práticas inovadoras e função das políticas públicas. Os participantes adquiriram um embasamento teórico no decorrer da experiência e a articularam com suas necessidades cotidianas, possibilitando intervenções pedagógicas com os EPAEE, bem como a constituição de diálogos crítico-reflexivos com seus pares por meio das diferentes ferramentas utilizadas no ambiente virtual de aprendizagem, com o apoio da mediação dos tutores. Resultou em uma evolução para um conhecimento mais elaborado e fundamentado na literatura. Identificou-se que algumas das necessidades iniciais foram supridas com a apresentação e articulação das disciplinas ao longo do curso, passaram a apresentar necessidades que envolvessem diferentes aspectos didáticos, formativos e políticos. Por fim a construção e reflexão de conhecimentos ocorreu de forma gradativa, com atividades desenvolvidas no ambiente virtual de aprendizagem, momentos de encontro presencial e às propostas de estágio de forma articulada oportunizou um amadurecimento de questões teórico-conceituais de construção de uma cultura inclusiva, do trabalho com a diversidade, de uma rede colaborativa e da compreensão da Gestão Democrática como ferramentas para a promoção da inclusão dos EPAEE. Acredita-se que participação no curso foi o início ou processo, e não o fim, de um caminhar para uma perspectiva inclusiva.