Como tornar se o que se é: um estudo fisiopsicológico de Nietzsche em suas Obras (1894) de Lou Andreas Salomé

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Fernandes, Leonardo Alves [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/258061
Resumo: Esta dissertação de Mestrado em Psicologia fundamenta-se na crítica nietzschiana às bases metafísicas da psicologia tradicional, com o objetivo de oferecer uma interpretação da “análise psicológica” de Lou Andreas-Salomé em seu livro Nietzsche em suas Obras (1894). Após uma introdução centrada na problemática da interpretação e na relação entre vida e obra em Nietzsche, apresentamos, no primeiro capítulo, seu empreendimento filosófico como uma “nova psicologia”, calcada no saber fisiopsicológico. Partimos de sua crítica ao racionalismo para elucidar a tematização do corpo na teorização da vontade de potência. Em seguida, analisamos o projeto de genealogia da moral, pelo qual Nietzsche diagnostica a cultura moderna e propõe uma transvaloração dos valores por meio de uma autoexperimentação da décadence. Por fim, retomamos a relação entre filosofia e saúde para inferir o significado do pioneirismo reivindicado por Nietzsche em termos de Psicologia, através do preceito de “tornar-se o que se é”. O segundo capítulo é reservado à análise do livro de Andreas-Salomé. Investigamos sua caracterização de Nietzsche pelo ideal do “cognoscente heroico”, para evidenciar como a autora trabalha a relação entre vivência, escrita e sofrimento. Próxima de um saber fisiopsicológico, a autora compreende que a vida vai além da biografia e percebe a obra como uma criação ético-estética, fruto da dinâmica dos impulsos. Ao enfatizar a doença do filósofo, seu interesse é discutir o processo de autossofrimento e autoelevação a propósito do conhecimento e da produção filosófica. Nesse sentido, o “espírito religioso” é a resposta particular de Andreas-Salomé para o problema da superação da condição decadente de Nietzsche. Sem desconsiderar as contradições aparentes em sua crítica ao “misticismo” da filosofia nietzschiana, concluímos nosso trabalho argumentando que a interpretação da autora deve ser apreciada considerando o conjunto de sua vida e obra. Apontamos, então, para a necessidade de mais estudos voltados para a filosofia andreas-salomeniana.