Prostituição, corpo e análise do discurso: a vida e mundo das prostitutas de luxo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Gabriela Natalia da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Sex
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180985
Resumo: Esta pesquisa origina-se de indagações presentes tanto na vivência quanto na observação da pesquisadora em relação à prostituição de luxo. Compreende-se que, na abordagem dos temas prostituição, sexo ou sexualidade, é inevitável deparar-se com preconceitos e visões enrijecidas, pois o “sexo é o grande problema, é o grande interdito das pessoas”, sendo controlado, legitimado ou negado por meio da materialização do corpo da prostituta. Portanto, no que tange à prostituição, os enunciados presentes na história demonstram a prostituta em um papel que ora assume um caráter libertário, ora pejorativo e pecaminoso. Isto posto, essa pesquisa se propôs a analisar a construção e a subjetivação da identidade da prostituta, buscou-se compreender com as putas são percebidas historicamente e como as próprias putas constroem sua subjetividade, seu modus operandi, imerso a relações de saber e poder com base na teoria da Análise do Discurso (AD) de Michel Foucault. Para tal, elaborou-se uma pesquisa de campo de natureza qualitativa, onde entrevistou-se 5 prostitutas de luxo que atendem na cidade de São Paulo e Zona Metropolitana. As entrevistas foram realizadas em uma sala comercial no Centro da cidade de São Paulo. E os dados foram compilados em duas categorias de analise, denominadas repectivamente: as relações de saber e relações de poder. Como resultados da pesquisa, notam-se que os ditos sobre a prostituta são construções que visam o controle desses corpos, com a finalidade de produzir o que Foucault denominou de “corpos doceis”, dentro da perspectiva da governamentalidade proposta por esse autor. As participantes de forma geral relataram a prostituição como possibilidade de liberdade sexual, ao passo que sua vivencia também é controlada por diversos enunciados que produzem sentimentos de culpabilização, atrelados aos discursos de controle social. Ressalta-se, que nos jogos de poder e saber, a existencia do discurso sobre o sujeito não é determinante para sua criação, antes é necessario que o proprio sujeito se identifique no discurso. Portanto, esta pesquisa buscou dar voz à Puta, revelando os sentimentos e os discursos que perpassam a vivencia de sua atividade.