Nas entrelinhas do discurso jurídico: formas de viver e resistir produzidas pelas prostitutas de Ingá-PB (1940-1960).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: SOUZA, Hercília Maria de Andrade.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/1102
Resumo: Esta dissertação versa sobre as práticas de resistência produzidas pelas prostitutas de Ingá-PB, no período de 1940 a 1960, sendo estas percebidas a partir da análise de suas artes de viver dispostas nos processos-crime e inquéritos policiais, que são as fontes subsidiárias deste estudo. Foram construídos três objetivos específicos com a finalidade de, atados teoricamente, articularem-se com a proposta geral do estudo, são eles: a) Identificar o conjunto de regras, normas e tradições citadinas e judiciárias, através dos quais visualizamos os discursos fomentados acerca da sexualidade feminina e da prostituição em Ingá-PB; b) Observar, nas práticas de si das prostitutas de Ingá, o jogo que fazem para imprimir critérios para sua própria existência e para as normas sociais; c) Refletir sobre como as prostitutas elaboraram táticas de sobrevivência no espaço citadino, que lhe conferiram lugar de autoridade e trânsito no território dos prazeres ingaenses. O texto está composto de três capítulos: no primeiro, são identificados o conjunto das atividades, códigos e discursos do aparelho policial-judiciário e citadino em torno das práticas da sexualidade feminina; no segundo capítulo, discutimos como as prostitutas verbalizam suas práticas e experiências de si, elaboradas por um jogo de poderes e saberes que, no campo das rivalidades e das hierarquias sociais, nos revelam uma forma de se pertencer; e, no terceiro capítulo, refletimos como as prostitutas de Ingá elaboram táticas que lhes garantem a reprodução das condições materiais de existência, na zona de meretrício de Ingá. Para a operacionalização da pesquisa, utilizamos conceitos como prostituição, discurso, sexualidade, poder-resistência, práticas de si, tática, dentre outros que nos direcionam para a percepção de uma construção de outras formas de viver, existir e resistir das mulheres prostituídas de Ingá-PB.