A melatonina e seus metabólitos como marcadores prognósticos em neoplasias mamárias humanas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Castro, Tialfi Bergamin de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
AMK
MT1
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/152220
Resumo: O câncer de mama é a principal causa de mortes relacionadas ao câncer em mulheres e pesquisas têm sido focadas em identificar e validar biomarcadores que podem ser utilizados para confirmar o diagnóstico e determinar o prognóstico. Mudanças no ritmo circadiano podem contribuir para o desenvolvimento do câncer e sendo assim, a melatonina, um hormônio sintetizado pela glândula pineal à noite, na ausência de luz e seus metabolitos AFMK e AMK são sugeridos como potenciais biomarcadores. A melatonina pode atuar através do receptor MT1 regulando cinases e a expressão de genes específicos relacionados a proliferação, angiogênese, diferenciação celular e transporte de glicose. A expressão elevada de GLUT1 (Glucose Transporter-1) está associada ao prognóstico ruim no câncer. Os objetivos deste estudo foram comparar os níveis de melatonina, AFMK e AMK em mulheres recentemente diagnosticadas com câncer de mama, mulheres em quimioterapia adjuvante, enfermeiras que trabalham à noite em comparação com mulheres saudáveis e hábitos normais e avaliou-se a expressão do receptor MT1 e GLUT1 em tumores de mama e correlacionou com os subtipos moleculares, características patológicas e prognóstico. Foi coletado sangue de 53 mulheres com câncer de mama sendo 47 sem tratamento e 6 em quimioterapia adjuvante, 19 mulheres saudáveis sendo 1 O enfermeiras de turno noturno e 9 mulheres de hábitos normais. Os compostos foram quantificados por espectrometria de massas. Para a expressão de MT1 e GLUT1 foi realizada imunohistoquímica em 42 tumores de mama. Os resultados mostraram que mulheres com câncer de mama tiveram níveis menores de melatonina em comparação com mulheres de hábitos normais (p< 0.01 ), níveis ainda mais baixos em enfermeiras que trabalham no período noturno e em pacientes em quimioterapia adjuvante (p<0.01). Não houve diferença significativa nos níveis de AFMK e AMK entre os grupos (p>0.05). Além disso, pacientes com metástase apresentaram níveis elevados de melatonina e AFMK (p=0.02 e p=0.01, respectivamente) e altos níveis de AFMK estavam presentes quando linfonodos estavam acometidos (p=0.04), pacientes com tumores maiores que 20mm e que dormem com luz à noite (p=0.02 e p=0.007, respectivamente). Na análise imunohistoquímica, alta expressão do MT1 foi associada ao subtipo Luminal A, melhor prognóstico (p<0.05) e em tumores RE+ (p=0.002), enquanto que a expressão elevada de GLUT1 foi associada ao triplo­negativo, pior prognóstico (p<0.05), tumores maiores que 20mm 9p=0.004) e baixa em tumores RE+ (p=0.003). Em conclusão, nossos resultados mostram menores níveis de melatonina em pacientes com câncer de mama e apontam para o benefício da suplementação de melatonina como proteção para mulheres que trabalham à noite o que poderia reduzir o risco de desenvolvimento de câncer de mama. Os resultados da imunohistoquímica indicam que o MT1 e o GLUT1 podem ser utilizados como marcadores prognósticos e são potenciais alvos para o tratamento do câncer de mama. De acordo com os resultados pode­se concluir que a quebra do ciclo circadiano e, portanto, alterações nos níveis de melatonina e a expressão de MT1 e GLUT1 podem estar relacionadas com o risco de desenvolvimento e prognóstico do câncer de mama.