Efeito da melatonina na modulação dos miRNAs envolvidos na angiogênese em câncer de mama

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lacerda, Jéssica Zani
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180908
Resumo: O câncer de mama apresenta alta incidência e alta taxa de mortalidade devido a rápida progressão tumoral e disseminação metastática que ocorrem com o incentivo da angiogênese. MicroRNAs (miRNAs) são pequenas moléculas de RNA mensageiro (RNAm) não codificantes que desempenham papel fundamental na regulação gênica. A desregulação dessas moléculas está relacionada com a iniciação e progressão de diferentes tipos tumorais humanos, incluindo o câncer de mama. Existem fortes evidências de miRNAs atuando como oncogenes e supressores tumorais, regulando o processo de angiogênese, crescimento tumoral e metástase. É neste cenário que a melatonina, hormônio secretado pela glândula pineal, vem ganhando destaque como potencial tratamento contra o câncer de mama por apresentar efeitos oncostáticos, antiangiogênicos, além de atuar na regulação da expressão de miRNAs. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o potencial valor terapêutico da melatonina na regulação do supressor tumoral miR148a-3p e relação com a progressão tumoral e angiogênese. Inicialmente, células tumorais de mama MDA-MB-231 foram cultivadas nas condições experimentais controle e tratamento com melatonina (1 mM). O PCR Array foi realizado para análise da expressão de 84 miRNAs relacionados com o câncer de mama e, após análise em banco de dados e literatura, o miR-148a-3p foi selecionado para validação. As células MDA-MB-231 foram cultivadas em quatro grupos experimentais: controle, tratamento com melatonina (1 mM), superexpressão do miR-148a-3p e controle do processo de superexpressão e, após, foi realizado PCR em tempo real para análise da expressão gênica do miR-148a-3p e seus alvos Receptor do fator de crescimento semelhante a insulina-tipo 1 (IGF-1R) e Fator de crescimento do endotélio vascular (VEGF). Os níveis proteicos de IGF-1R e VEGF foram quantificados por imunocitoquímica e western blotting. Ensaios de migração e invasão celular foram realizados para avaliar a potencial capacidade das células tumorais sofrerem metástases. Por fim, células MDA-MB-231 foram implantadas no flanco de camundongos Balb-C nude atímicos para desenvolvimento tumoral, sendo divididos em dois grupos experimentais mantidos por 21 dias: controle e melatonina (40 mg/kg). Após a coleta dos tumores, foi realizada a análise da expressão gênica e proteica do miR-148a-3p, IGF-1R e VEGF. A análise da expressão dos miRNAs por PCR array revelou que a melatonina regulou a expressão de 24 miRNAs negativamente e 8 miRNAs positivamente. Além disso, a melatonina aumentou a expressão gênica do miR-148a-3p, diminuiu a expressão gênica e proteica de IGF1R e VEGF, e teve efeito inibitório na sobrevivência, migração e invasão celular. O modelo xenográfico mostrou que a melatonina aumentou a expressão do miR-148a3p e diminuiu a expressão gênica e proteica de IGF-1R e VEGF. Nossos resultados confirmam a ação da melatonina na regulação do miR-148a-3p e processo de angiogênese tumoral, além de desempenhar importante papel na progressão do tumor de mama, sendo crucial para o estabelecimento de novos protocolos terapêuticos.