Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Rosa, Milena Cristina [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/215813
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Resumo: |
A Bacia do Araripe, localizada no interior do Nordeste do Brasil, evoluiu em contexto intraplaca durante os estágios de fragmentação do Gondwana. Ela faz parte de um conjunto de pequenas bacias sedimentares interiores que apresentam importantes registros tectônicos e registros estratigráficos completos, que são reflexos da porção continental aos eventos que atuaram na abertura das margens Leste e Equatorial do Oceano Atlântico Sul. Essa bacia ilustra uma complexa geometria tridimensional associada a um sistema rifte com controle exercido pela estruturação herdada do embasamento pré-cambriano, e pela tectônica direcional com a reativação das zonas de cisalhamento, sendo a principal delas a Zona de Cisalhamento de Patos (PASZ). A presente tese teve como objetivo compreender e reconhecer as inter-relações entre a tectônica e a sedimentação que atuaram durante a fase rifte na Bacia do Araripe, buscando um melhor conhecimento da história tectônica e das correlações com eventos regionais registrados em outras bacias fanerozoicas em contexto intraplaca no interior do Nordeste do Brasil. Os métodos utilizados foram as análises estrutural e estratigráfica, baseadas em uma coleta sistemática de dados de campo, a análise de lineamentos morfoestruturais e a análise e interpretação de seções sísmicas. É reconhecida a influência de tectônica direcional durante a evolução da fase rifte da Bacia do Araripe, caracterizada por três conjuntos principais de falhas que, associados a deformações sin-sedimentares e padrões deposicionais específicos, indicam três estágios tectônicos distintos, sendo dois períodos de subsidência e um de leve inversão. O primeiro deles foi controlado pela reativação da Zona de Cisalhamento de Patos de modo sinistral com falhas direcionais E-W e falhas normais e oblíquas NE-SW configurando um sistema em “rabo de cavalo” distensivo com horstes e grabens alternados. Esse arranjo atuou na deposição, na preservação e no controle das ocorrências das três sequências deposicionais (SD1, SD2 e SD3) contidas nas formações Brejo Santo, Missão Velha e Abaiara formando uma bacia alongada controlada por falhas NE-SW. Essas falhas são interpretadas como resultado de esforços 1 NE-SW/suborizontal, 2 vertical e 3 NW-SE/suborizontal que representam um regime tectônico sinistral transtrativo. Esse estágio tectônico se iniciou no Neojurássico (Tithoniano?) e foi ativo até pelo menos o Eocretáceo (Neo-Hauteriviano?) regido pelos reflexos intraplaca dos esforços que estavam atuando na abertura da Margem Leste Brasileira. O segundo estágio registra leve inversão na bacia, interpretado como um evento compressivo com 1 suborizontal e na direção NW-SE. Durante o segundo estágio foram reativadas falhas normais e formadas falhas inversas NW-SE, levando à erosão e/ou não deposição de sedimentos no intervalo do Eo-Hauteriviano até o fim do Barremiano. Ele é o reflexo intraplaca dos esforços iniciais de abertura da Margem Equatorial e marca a mudança no sentido de reativação da PASZ, que a partir desse evento passou a ser dextral. O terceiro estágio marca a instalação definitiva do sistema de tensão transcorrente dextral responsável pela abertura da Margem Equatorial, que se propaga para ambiente intraplaca como transtrativo dextral a partir da reativação também dextral da PASZ, com desenvolvimento de falhas normais WNW-ESE controladoras da sedimentação da Formação Barbalha e modificadoras do sistema rifte NE-SW. Nesse evento 1 é novamente suborizontal agora na direção NW-SE e 3 também suborizontal na direção NE-SW. Os novos dados e interpretações possibilitaram elaborar um novo modelo evolutivo e a entender os estágios contidos na evolução tectono-sedimentar durante a fase rifte da Bacia do Araripe. A partir desse novo modelo foi possível mostrar a relação da sedimentação com os eventos tectônicos e esforços que atuaram nas bordas continentais para a abertura das margens Leste e Equatorial e sua propagação para o interior do continente, durante a ruptura do supercontinente Gondwana. |