Determinação das concentrações de resíduos de gases anestésicos e avaliação genômica e de estresse oxidativo em profissionais recém-expostos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Lucio, Lorena Mendes de Carvalho [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/143874
Resumo: O presente estudo objetivou determinar as concentrações dos resíduos de gases anestésicos (RGA) em salas de operação (SO) e o impacto dessa exposição ocupacional em relação aos danos genômicos e estresse oxidativo em profissionais recém-expostos. O estudo foi conduzido no Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP. As concentrações de isoflurano, sevoflurano e óxido nitroso (N2O) foram medidas nas SO por espectrofotometria infravermelha, com equipamento portátil. Sessenta e três médicos residentes, ao final de três anos do Programa de Residência Médica, foram alocados em dois grupos: exposto (Anestesiologia e Cirurgia, n=32) e controle (Clínica Médica, n=31). Amostras de sangue periférico e células bucais foram coletadas e protegidas da luz. Avaliaram-se danos no material genético (teste do cometa - danos basais, purinas e pirimidinas oxidadas em linfócitos; 8-hidroxi-2’-desoxiguanosina no plasma), micronúcleo (MN) em células bucais, proteínas carboniladas, marcadores de lipoperoxidação (malonaldeído e 4-hidroxinonenal) e capacidade antioxidante plasmática (ferric reducing antioxidant power, oxygen radical absorbance capacity e total antioxidant performance). As concentrações médias dos RGA foram superiores aos limites internacionalmente recomendados (2,7 vezes: isoflurano; 4,9 vezes: sevoflurano; 7,2 vezes: N2O). Os grupos não diferiram quanto aos dados demográficos (p>0,05). Detectou-se aumento significativo de danos basais no DNA (p=0,01) e maior frequência de MN em células bucais (2,3 vezes; p=0,07) no grupo exposto em relação ao grupo controle, mas não houve diferença (p>0,05) entre os grupos em relação a todos os marcadores de estresse oxidativo. Em conclusão, o estudo mostra que médicos residentes expostos a altas concentrações de RGA apresentam aumento significativo de danos sistêmicos no DNA e frequência aumentada de instabilidade genômica (MN bucais), mas não de estresse oxidativo. Portanto, este estudo mostra que jovens profissionais já apresentam alterações genômicas, o que reforça a importância do biomonitoramento e da diminuição da exposição aos RGA.