Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Cól, Rafael Marcurio da [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/235997
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Resumo: |
O cinema brasileiro foi e é palco para inúmeras manifestações artísticas, por ser um espaço real que tem a possibilidade de se abrir para outros, pois é uma heterotopia (FOUCAULT, 1967). Este espaço é composto de imagens, sons e movimentos, e isto o possibilita reconstruir memórias, que estavam espalhadas pela dinamicidade da vida contemporânea. Ao reorganizar essas lembranças, o cinema se coloca em um espaço de recodificação das memórias, em específico, quando são filmes que tocam em momentos de crises da sociedade brasileira, como é o caso da ditadura civil-militar. Com isso, o cinema se resguarda como o lugar de resistência e de (re)contar as memórias que foram, por 21 anos, proibidas. Deste modo, objetivamos com esta tese compreender o cinema brasileiro como um lugar de memória (NORA, 1993), onde as resistências à ditadura se refugiam e se reconstroem, percebendo, com isso, os jogos e as estratégias de funcionamento (lembranças e esquecimentos) desta materialidade. Para cumprir com este objetivo principal, somos levados a: analisar o cinema em sua materialidade e reconfigurações das memórias sobre a ditadura; cartografar as formas de resistências à ditadura que emergem no cinema brasileiro; entender as posições que o sujeito revolucionário deve exercer para compor a resistência. Nosso corpus de estudos é constituído de filmes que tratam da resistência à ditadura como tema principal e são divididos pelas formas como abordam as memórias, por uma questão metodológica. Isto posto, os filmes foram divididos em três eixos. No primeiro, destacamos filmes que tratam de uma memória coletiva da ditadura. São eles: Paula: a história de uma subversiva (1979); Pra Frente Brasil (1982); Ação entre amigos (1998) e Cara ou Coroa (2012). O segundo eixo é constituído por filmes baseados em romances memorialistas e biografias, que são: Lamarca (1994); O que é isso companheiro? (1997); Batismo de Sangue (2004); Zuzu Angel (2006) e Marighella (2021). No terceiro e último estão os filmes baseados em depoimentos biográficos: Que bom te ver viva (1989); Araguaya: conspiração do silêncio (2004) e Torre das Donzelas (2018). A partir dos estudos discursivos derivados da fortuna teórica de Michel Foucault, buscamos pensar com o autor sobre o cinema, em sua materialidade, e em seguida, como lugar de memória, espaço este que além de memórias, é constituído de poderes, de saberes e de verdades. Assim, como sugere sua arqueogenealogia, buscamos verificar não apenas a constituição destes enunciados em relação à dispersão temporal, mas também suas relações microfísicas com o poder e as formas que estas relações de poderes afetam as constituições das subjetividades e das verdades. Isto nos possibilita um estudo que não apenas pensa nos acontecimentos dispostos em cena, mas nas condições de possibilidade que permitiram a emergência destes enunciados e não de outros em seu lugar. Em suma, estas reflexões nos possibilitam um olhar para a história do presente em sua complexidade e metamorfoses, além das ações de necropolíticas do esquecimento, visto que a extrema direita brasileira vem agenciando estas memórias à morte. |